Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Passagens aéreas contribuem para desaceleração da inflação em junho

As passagens aéreas apresentaram uma deflação - queda de preços - de 9,88% pela redução na procura por viagens
passagens aéreas aeroportos painel viagens turismo inflação
Em relação a maio, que teve muitos feriados, em junho as passagens aéreas tiveram redução de preço por uma menor procura por viagens, impactando a inflação. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A inflação do país foi de 0,21% em junho, desacelerando em relação ao mês de maio, quando foi de 0,46%. No ano, a alta de preços acumulada é de 2,48% e, nos últimos 12 meses, de 4,23%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo IBGE. O item que mais colaborou para essa desaceleração da inflação oficial foi a passagem aérea, que apresentou uma deflação – queda de preços – de 9,88% em maio.

No mês anterior, os preços das passagens de avião haviam subido 5,91%. “A gente teve em maio alguns feriados, principalmente Corpus Christi no fim do mês, então teve essa alta. Agora no mês de junho, os preços caíram na comparação com maio. É reflexo mesmo das dinâmicas de mercado, possivelmente por causa dos preços mais altos no mês de maio”, disse o gerente da pesquisa, André Almeida.

Outros itens que contribuíram para uma inflação menor em junho foram o mamão, com queda de preços de mais de 17%, e a cebola, com deflação de 7%.

Em Porto Alegre, os efeitos das chuvas e enchentes que atravessaram o mês de maio e o período de reconstrução iniciado em junho resultaram em queda geral de 0,14% no índice, a maior entre as capitais. O gás encanado também foi um subitem que contribuiu para a desaceleração como um todo, especialmente pelo índice de – 1,61% no Rio de Janeiro.

No conjunto do país, o grupo de produtos e serviços que teve o principal impacto foi Alimentação e bebidas, que apresentou alta de 0,44%. Mesmo assim, foi menor que em maio (0,62%), e contribuiu com 0,10 ponto percentual (p.p.) para o índice de junho.

- Publicidade -

Passagens aéreas descem, batatas sobem

Na Alimentação no domicílio, os preços tiveram alta de 0,47%, desacelerando em relação à alta de maio (de 0,66%). Entre as quedas que contribuíram para esse resultado, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).

“Entre as frutas, chama a atenção o mamão, que por conta de uma oferta maior e a concorrência com outras frutas da época, teve uma queda no preço. Também a banana prata é destaque, com maior oferta, e ainda, uma perda de qualidade por conta da intensa variação de temperatura em algumas regiões produtoras”, explica André Almeida, gerente da pesquisa. A queda na cebola, complementa o pesquisador, “também se deve à maior oferta, principalmente por conta de melhores produções no Nordeste, onde houve redução de volume de chuvas e temperaturas amenas”.

Entre as altas, destaque para a batata inglesa (14,49%), o leite longa vida (7,43%) e arroz (2,25%). “No que diz respeito ao leite longa vida, essa menor oferta está relacionada tanto ao período de entressafra, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, quanto por conta de um clima adverso na Região Sul do país. No caso da batata, teve o fim da safra das águas, em maio, e temos o início da chamada safra das secas. Porém esse volume que vem da safra das secas ainda não foi tão expressivo e por isso a oferta de batata estava mais reduzida”, explicou Almeida.

O café moído, com alta de 3,03%, também se destacou em junho. Em valorização no mercado internacional e com redução na oferta mundial do grão, o subitem tem alta acumulada de 12,15% em 2024.

No caso da Alimentação fora do domicílio, a variação foi de 0,37%, menos intensa do que em maio (0,50%). Os subitens lanche e refeição também desaceleraram na comparação mensal, com o primeiro passando de 0,78% para 0,39%, e o segundo de 0,36% para 0,34%.

Grupo com maior variação, Saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,54%, influenciado pelos perfumes, que subiram 1,69%, e também pela alta dos planos de saúde, de 0,37%. “Neste caso, decorre do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025. Assim, no IPCA de junho, foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho”, explica o gerente da pesquisa.

Outra alta relevante no IPCA de junho foi no grupo Habitação, cujos preços subiram 0,25%. A alta da taxa de água e esgoto (1,13%) acontece após reajustes tarifários de 9,85% em Brasília (9,19%), a partir de 1º de junho; de 6,94% em São Paulo (2,05%), a partir de 10 de maio; e de 2,95% em Curitiba (1,61%), a partir de 17 de maio.

Já no subitem gás encanado, que caiu 0,49%, o resultado do Rio de Janeiro (-1,61%) vem por conta da redução média de 1,75%, a partir de 1º de junho. A energia elétrica residencial, com alta de 0,30%, foi impactada pelo reajuste tarifário de 6,76% aplicado em Belo Horizonte (5,98%), a partir de 28 de maio.

Os únicos grupos que apresentaram queda foram Comunicação, de 0,08%, e Transportes, com recuo de 0,19% nos preços após subir 0,44% em maio. No caso deste último, impactado pela redução na passagem aérea, de 9,88% e -0,06 p.p. de contribuição no índice geral. Os combustíveis tiveram alta de 0,54%, com o óleo diesel (-0,64%) e o gás veicular (-0,61%) apresentando recuo e a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) com alta.

INPC também desacelera

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,25% em junho, também desacelerando em relação a maio, quando a alta foi de 0,46%. Os preços dos produtos alimentícios tiveram crescimento de 0,44%, menor do que no mês anterior (0,64%). Os não alimentícios também desaceleraram, ficando em 0,19% em junho, abaixo dos 0,40% no mês anterior.

O INPC acumula no ano alta de 2,68%. Já nos últimos 12 meses, o acumulado é de 3,70%, acima dos 3,34% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2023, a taxa foi de -0,10%.

Em termos regionais, Belo Horizonte e Brasília apresentaram a maior variação (0,58%). A primeira por conta da alta da energia elétrica residencial (5,98%). Já a segunda, influenciada pelo crescimento em taxa de água e esgoto (9,20%). A menor variação do INPC foi em Porto Alegre (-0,16%), por conta do gás de botijão (-5,02%).

Leia mais: BC descumprirá meta se inflação ficar fora do alvo por seis meses

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -