A Cooperativa Pindorama, situada no município de Coruripe, Litoral Sul de Alagoas, concluiu no dia 24 de maio o processamento de milho e sorgo da primeira moagem realizada para produção de etanol na usina. A expectativa era de uma produção em torno de 12 milhões de litros e o ciclo conseguiu produzir 15.178.378 litros de etanol.
O complexo industrial alagoano é o único do Norte-Nordeste flex, que produz álcool anidro e hidratado a partir da cana-de-açúcar e também de cereais. A unidade não interrompeu suas atividades com o fim do ciclo produtivo de cana-de açúcar, em abril. A moagem de grãos seguiu durante a entressafra e garantiu bons resultados.
Segundo o gerente industrial da unidade, Erikson Viana, a moagem dos grãos foi iniciada em 5 de novembro do ano passado e seguiu até 24 de maio de 2024. Nesse período, foram processadas 13.814,97 toneladas de milho e 25.190,77 de sorgo, totalizando 39.005,74 toneladas de grãos.
“Essa quantidade de cereais processada resultou na produção de 15.178.378 litros de etanol, um incremento gigante, levando em consideração a entressafra da cana. Estaríamos parados, sem produção alguma, se não tivéssemos uma usina flex. O investimento realizado pela diretoria enriqueceu em muito nosso processo de fabricação”, destacou Viana.
O presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, classificou como marco histórico a conclusão da primeira moagem da usina de etanol de cereais.
“Isso representa um marco histórico para o Nordeste, principalmente aqui para Alagoas, essa atitude, essa ousadia, essa visão estratégica que tivemos quando implantamos a primeira indústria de etanol de milho do Nordeste aqui na nossa Cooperativa. Essa safra foi a primeira que tivemos uma continuidade, termina a safra de cana e demos sequência à safra de etanol de milho. Isso estava totalmente dentro do nosso planejamento, mantendo a geração de renda e emprego, fortalecendo o caixa da Cooperativa, no sentido de termos essa indústria forte e produzindo. Esse projeto traz, de cara, uma segurança, uma estabilidade e uma estratégia muito interessante para a atividade sucroalcooleira do estado e do Nordeste”, enfatizou Santos.
A partir de agora, o parque industrial passará por reparos visando a próxima safra da cana-de-açúcar, prevista para iniciar em meados de agosto.
Usina produziu proteína animal durante safra
Outro subproduto resultante do processamento dos grãos de milho e sorgo, o WDG, uma espécie de farelo de grande valor nutritivo para animais como bovinos, suínos e equinos também foi produzida no período e vem sendo comercializado em Alagoas e outros estados do Nordeste.
O produto conta com cerca de 30% de proteína e gera economia no bolso dos criadores, uma vez que custa quase 50% do valor pago pelo farelo de trigo, por exemplo. Na safra de grãos, a usina informou que produziu 16.161 toneladas.
“O ganho para o produtor seria ele ter um produto com alto teor de proteína a baixo custo. Para a Pindorama tem o aumento da receita, ou seja, além do álcool extraído do grão, ainda tem todo esse material disponível para venda, para aumentar lucros”, disse Viana.
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