A rede de distribuição de gás natural em Alagoas deve ganhar expansão a partir de 2025, abrangendo municípios dos litorais Norte e Sul do Estado. Segundo a companhia Gás de Alagoas (Algás), o projeto prevê um investimento de R$ 80,9 milhões nas obras de implantação dos dutos para transporte de gás natural para estas novas regiões.
O projeto está incluso nas chamadas “Rotas Operacionais de Desenvolvimento da Distribuição do Gás Natural em Alagoas”, previsto para ocorrer entre os anos de 2024 e 2029, que pretende incluir os municípios de Marechal Deodoro e Barra de São Miguel, localizados no Litoral Sul, e Paripueira, Barra de Santo Antônio e São Luiz do Quitunde, no Litoral Norte, nas áreas de abrangência da companhia para oferta de gás natural residencial e industrial.
De acordo com a Algás, o projeto Litoral Norte prevê um investimento de R$ 46 milhões, com extensão total de 32 quilômetros de gasoduto para atender as cidades previstas no plano.
Já o projeto Litoral Sul pretende investir R$ 34,9 milhões na construção de 27 quilômetros de dutos.
Atualmente, a companhia mantém contrato com 83.011 unidades residenciais, das quais 60,1 mil já estão interligadas e consumindo o produto. Outras 22.847 unidades estão em construção e serão interligadas nos próximos anos. O gás é levado a casas e estabelecimentos comerciais por meio de dutos em Polietileno de Alta Densidade (PEAD), que correspondem a 368 km de tubulação e 232 km em aço.
São abastecidas atualmente as cidades de Arapiraca, Atalaia, Maceió, Marechal Deodoro, Messias, Igreja Nova, Penedo, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte, São Miguel dos Campos, São Sebastião e Satuba, que são atendidas com gás natural via tubulação.
Maceió concentra, atualmente, a maior parte dos clientes residenciais que optaram pelo combustível para suprir as demandas diárias. No segmento industrial, a Algás conta com 42 unidades consumidoras incluindo indústrias químicas, plástico, alimentos e bebidas, cerâmica e outros setores produtivos.
Trinta e quatro postos de combustível operam com gás natural, sendo 25 deles na capital e outros nove distribuídos nas cidades de Arapiraca, Atalaia, Pilar, Rio Largo, Messias, São Sebastião e Palmeira dos Índios.
Lei deve impulsionar produção de gás natural no estado
A rede de distribuição de gás no estado possui cerca de 600 km de extensão. Além das obras para levar o combustível para mais pessoas e empresas, o Executivo estadual sancionou em novembro do ano passado a Lei do Gás, que normatiza a exploração direta – ou mediante concessão – dos serviços de gás canalizado em Alagoas.
A lei estabelece o consumo mínimo para o consumidor livre de gás natural, permitindo aos usuários a aquisição simultânea do produto no mercado livre e no mercado cativo, além de permitir a participação conjunta das concessionárias com os agentes livres de mercado em chamadas públicas para aquisição de gás, visando obter preços e condições mais competitivas.
A nova Lei do Gás brasileira está em vigor desde 2021 e estabeleceu marcos regulatórios para o mercado, modificando atividades relacionadas ao transporte, escoamento, tratamento, processamento, estocagem subterrânea, acondicionamento, liquefação, regaseificação e comercialização de gás natural.
Recentemente, as empresas Origem e TAG confirmaram um projeto pioneiro no país para estocar gás natural, no município de Pilar. A Origem já produz petróleo e gás natural no município, sendo responsável por cerca de 95% da produção de gás em Alagoas.
O investimento total estimado para o projeto será de até aproximadamente US$ 200 milhões, cerca de R$ 1 bilhão, divididos em diferentes etapas.
Segundo boletim da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em março, a produção alagoana de gás natural foi de 1.264,93 mil metros cúbicos diários (Mm³/d), sendo a Origem Alagoas responsável por 1.256,26 Mm³/d do total da produção.
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