Inflação oficial sobe para 0,23% em agosto. Alimentos seguem em queda

O principal impacto na inflação de agosto veio do grupo habitação, que teve alta de 1,11% no mês. Alimentos tiveram queda de 0,85%.
alimentos
Grupo de Alimentos pode estar chegando a limite de queda/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,23% em agosto deste ano, taxa superior ao 0,12% do mês anterior. O índice também é superior ao registrado em agosto do ano passado, quando havia sido observada uma deflação (queda de preços) de 0,36%. O grupo Alimentação segue em queda pela terceira vez consecutiva.

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula taxa de 3,23% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,61%, ainda dentro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, que é de 1,75% a 4,75%. 

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O principal impacto na inflação de agosto veio do grupo habitação, que teve alta de 1,11% no mês, puxada principalmente pelo aumento do custo da energia elétrica de 4,59%. 

Segundo o pesquisador do IBGE André Almeida, o aumento da tarifa de energia elétrica foi provocado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, que havia tido saldo positivo em 2022. “[O saldo positivo de Itaipu] foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e não está mais presente em agosto”, afirma. 

Também foram aplicados reajustes nas tarifas em Vitória (3,20%, a partir de 7 de agosto), Belém (9,40% a partir de 15 de agosto) e São Luís (10,43% a partir de 28 de agosto).  

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Além do grupo habitação, também tiveram impactos relevantes na taxa de inflação de agosto os grupos saúde e cuidados pessoais (0,58%) e transportes (0,34%). Na saúde, as altas vieram dos produtos para pele (4,50%) e dos perfumes (1,57%). 

Já nos transportes, a alta foi puxada pelos preços do automóvel novo (1,71%), da gasolina (1,24%) e do óleo diesel subiu 8,54%. 

Alimentos

Por outro lado, os alimentos continuaram apresentando queda (-0,85%), devido ao recuo de produtos como batata-inglesa (-12,92%), feijão-carioca (-8,27%), tomate (-7,91%), leite longa vida (-3,35%), frango em pedaços (-2,57%) e carnes (-1,90%). 

Os demais grupos de despesa apresentaram as seguintes taxas: educação (0,69%), vestuário (0,54%), despesas pessoais (0,38%), artigos de residência (-0,04%) e comunicação (-0,09%). 

Análise

O economista André Perfeito, da Necton Investimentos, analisa que a elevação em 12 meses do IPCA é resultante, entre outros fatores, de uma base de comparação depreciada o ano passado uma vez que o governo anterior fez um grande esforço de controlar preços antes do pleito eleitoral. Em agosto do ano passado a variação havia sido uma queda de 0,36%. “A base de comparação anual mais baixa irá forçar ladeira acima o IPCA em 12 meses deste ano como previsto e reitera que as projeções estão corretas para o final do ano; projetamos em 5% o IPCA de 2023”, analisa.

André Perfeito diz o grupo Alimentos pode estar chegando a limite de queda, o que pode contribuir para um IPCA mais “normal”. “Os números vieram bons e mantém o prognóstico de cortes adicionais da SELIC em 50 pontos base levando está a 11,75% ao final de 2023”.

*Com informações da Agência Brasil

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