Exportações pernambucanas despencam, com queda de 20% no trimestre

No mês de março de 2023, as exportações pernambucanas tiveram uma queda de 8,32%.
Exportação de veículos Suape
Exportações de veículos em Suape no top do ranking/Foto: Rafael Medeiros/Complexo de Suape

Por Maurício Laranjeira*

No primeiro trimestre de 2023, as exportações pernambucanas apresentaram uma queda de 19,88%, em comparação ao mesmo período do ano passado, e somaram US$ 585,4 milhões. Já as importações tiveram um aumento de 13,73%, com um valor de US$ 1,83 bilhão. Com isso, também considerando o trimestre, o saldo negativo da balança cresceu 41,67%, alcançando US$ 1,25 bilhão, enquanto a corrente de comércio cresceu 3,24%, puxada pelas importações, com US$ 2,41 bilhões.

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No mês de março de 2023, as exportações pernambucanas tiveram uma queda de 8,32%, e atingiram US$ 159 milhões, mesmo assim o terceiro maior valor para o mês desde o começo da série histórica, em 1997, enquanto as importações subiram 12,15% e atingiram US$ 672 milhões.

Com relação ao Nordeste, em março, Pernambuco manteve a 3ª posição no ranking de estados exportadores, atrás da Bahia e do Maranhão, e voltou para a segunda posição no ranking de estados importadores, atrás apenas da Bahia. Ao considerarmos o cenário nacional, no mês em questão, Pernambuco é o 16º estado nas exportações, e o 10º nas importações.

Em relação aos produtos exportados, em março, os automóveis foram para o topo das exportações pernambucana, após diversos meses. Eles também ocupam a 4ª, 6ª e 9ª posições, a depender do motor e capacidade de passageiros, e acumulam vendas de US$ 56,1 milhões, 35% do valor total das vendas do Estado ao exterior.

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O óleo combustível, campeão isolado das nossas vendas ao exterior até o mês de fevereiro, caiu para a 26ª posição. O coque de petróleo aparece na segunda colocação, com o açúcar assumindo a 3ª, mangas na 5ª posição, fio máquina de ferro na 7ª, baterias na 8ª e resina pet na 10ª.

frutas do Vale do São Francisco
Manga ocupa a 3ª posição no ranking de exportações/Foto: Portal de Notícias Juazeiro-Petrolina.

Ao analisarmos as vendas do Estado ao exterior no primeiro trimestre, a queda de quase 20% é puxada pela redução da exportação de óleo combustível, que passou de US$ 331milhões para US$ 166 milhões, queda de 50% nesse único produto, enquanto exportamos menos US$ 145 milhões. Destaque positivo para a exportação de coque de petróleo (US$ 17 / 53 milhões) e açúcar (US$ 52 / 94 milhões.

Quando olhamos para a pauta de produtos importados, em março de 2023 temos a continuidade do domínio de petróleo e seus derivados, com 06 produtos entre os 10 primeiros lugares e com 40% de toda a pauta de importação, tendo óleo diesel na primeira colocação. Automóveis e suas partes, malte, trigos, células solares e produtos químicos também aparecem em posições de destaque, nos dez primeiros, como nos meses anteriores.

Ao considerarmos o trimestre, vemos que a importação de óleo diesel é a principal responsável pelo aumento dos valores, tendo em vista que saltou de US 12 milhões, em 2022, para US$ 203 milhões em 2023, enquanto as importações em geral aumentaram US$ 220 milhões.

Destino das exportações

Com relação aos principais destinos de nossas vendas do mês de março de 2023, Singapura perdeu a liderança, com a pauta de fuel oil. A Argentina retomou o primeiro lugar como destino de nossas vendas, com automóveis. Já a China, com coque de petróleo, ocupa a 2ª posição, e o México a 3ª , também com automóveis. Congo, Estados Unidos, Tunísia, Holanda, Reino Unido, Jamaica e Peru completam os 10 primeiros colocados. No trimestre, Singapura, Argentina, China e Mauritânia são os quatro principais destinos de nossas vendas. Cerca de 68% de nossas vendas de março foram escoadas pelo porto de Suape.

Nas importações, em março, a Índia aparece na liderança como principal origem, com óleo diesel e querosene de aviação, seguida pela China, com células fotovoltaicas e demais produtos, e a Argentina, com automóveis, trigo e propanos liquefeitos, fecham as 03 primeiras posições. Estados Unidos, Espanha, Japão, Itália, México, Finlândia e Holanda fecham as 10 primeiras posições. Em 2022, nos doze meses, importamos US$ 222 milhões da Índia, em 2023, apenas nos 03 primeiros meses, já totalizamos US$ 169 milhões. No trimestre, China, Argentina, Índia e Estados Unidos são as quatro principais origens das nossas compras. Suape concentra a importação de 73% de nossa pauta.

Brasil

De janeiro a março deste ano, em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, as exportações brasileiras cresceram 4,77%, somando US$ 76,17 bilhões, enquanto as importações caíram 0,34%, totalizando US$ 60,32 bilhões. Como consequência, a balança comercial apresentou superávit de US$ 16 bilhões, com crescimento de 30,17%, e a corrente de comércio registrou aumento de 2,45%, atingindo US$ 136 bilhões. Em relação ao mês de março, as exportações tiveram crescimento maior do que o registrado no trimestre.

No comparativo com igual período do ano anterior, as exportações brasileiras cresceram 12,36% e somaram US$ 33 bilhões. No mês, as importações brasileiras aumentaram 1,35% e totalizaram US$ 22 bilhões. Assim, a balança comercial registrou superávit de US$ 10,9 bilhões, em março, com crescimento de 43,9%, e a corrente de comércio aumentou 7,0%, alcançando US$ 55,15 bilhões.

*Maurício Laranjeira é consultor empresarial e Presidente do Comitê de Internacionalização do Sistema LIDE Pernambuco.

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