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Prejuízos de atos nas estradas em 2022 devem ser maiores que os de 2018, avalia CNC

Em nota, a CNC diz que a greve de caminhoneiros que bloqueou estradas em 2018 causou perdas de R$ 18 bilhões ao comércio
Para a CNC, a duração dos atos antidemocráticos, iniciados há um mês e meio, cooperam para as perdas do comércio. Foto: Bpre/Divulgação

Os bloqueios nas rodovias brasileiras – que vem sendo registrados desde o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, ocorridas no último dia 30 de outubro – podem resultar em perdas para o varejo de todo o país superiores às contabilizadas durante a greve de caminhoneiros de maio de 2018, segundo uma análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com a CNC, os bloqueios de quatro anos atrás duraram dez dias e geraram queda de 5,8% nas vendas do varejo nacional, resultado de uma perda diária de R$ 1,8 bilhão. O prejuízo total, em valores atuais, foi, portanto, de R$ 18 bilhões para o comércio varejista de norte a sul do país. Foi “a maior queda do volume de vendas do varejo para meses de maio em toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE“, diz a nota da CNC.

Ainda segundo a confederação, dois fatores nas manifestações de 2022 contribuem para a elevação das perdas sofridas pelo comércio: o alcance territorial e a duração dos atos. Embora em 2018 os bloqueios das rodovias tenham sido totais e os atuais sejam parciais, a CNC considera que o varejo sentirá as perdas de forma gradual, à medida em que seus estoques fiquem escassos e a normalização do fluxo de mercadorias demore a acontecer – já que os atos já ultrapassam o tempo dos ocorridos há quatro anos.

Por essa lógica, os setores que comercializam produtos mais perecíveis tendem a ser os mais impactados, porque esgotam seus estoques mais rápido e dependem mais do fluxo rodoviário de mercadorias. Além disso, após a pandemia, o comércio passou a utilizar mais serviços de entrega e, consequentemente, operam com estoques mais reduzidos. Portanto, sentirão mais rapidamente os efeitos dos bloqueios.

Outro aspecto ressaltado pela nota da CNC é que o comércio sentirá perdas não apenas na redução das vendas, mas também na elevação dos custos que incidem sobre os preços dos produtos, especialmente, os que estão ligados ao transporte. Segundo o IPCA, nos protestos de maio de 2018, a redução dos estoques elevou o preço da gasolina em 3,34% e do óleo diesel em 6,16%. Hoje, quatro anos depois, esses efeitos ainda não são totalmente conhecidos, porque as manifestações continuam acontecendo. E, até que sejam completamente encerradas e o fluxo nas rodovias em todo o território nacional seja 100% normalizado, todos esses fatores, somados aos índices de inflação do período, tendem a desidratar ainda mais a margem de lucro do comércio brasileiro em 2022.

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Leia também: CNC projeta alta para o comércio durante Copa do Mundo de 7,9% com relação ao mundial de 2018

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