Paulo Guedes defende fim do IPI e extinção do Ministério do Planejamento

Em palestra, Guedes afirma que IPI desestimula investimentos produtivos no Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu mais uma vez o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em palestra organizada pela Associação da Classe Média (Aclame), em Porto Alegre, Guedes declarou que a cobrança do tributo desestimula os investimentos produtivos, contribuindo para a “desindustrialização” do país.

Guedes: “ministro da Economia que for planejar o Brasil é um farsante” – FOTO: Marcello Camargo/Agência Brasil

“Temos que zerar o IPI”, afirmou o ministro após destacar que o governo federal já conseguiu reduzir em até 35% o valor do imposto cobrado da maioria dos produtos fabricados no país, exceto a parte dos produzidos na Zona Franca de Manaus.

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“É um bom começo. E assim a gente segue e vê o que vai acontecer ali na frente. (Cortando) mais 35%, faltarão apenas 30% (para o zerarmos). E, aí sim, dá para abaixar mais a tarifa do Mercosul e outras”, completou o ministro, garantindo que a intenção do governo federal é baixar impostos de forma “muito gradual”.

Guedes também associou a criação do extinto Ministério do Planejamento à desaceleração do crescimento econômico registrado anteriormente. Criado em 1962 para coordenar a política econômica, a pasta teve suas atribuições ampliadas em 1964, passando por várias mudanças de status e atribuições até que, em 1999, foi instituído o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Logo ao assumir o cargo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, extinguiu o ministério, transferindo suas atribuições para o Ministério da Economia, comandado por Guedes.

“O Brasil já foi a economia mais dinâmica do mundo, crescia a 7,3% em média, ao longo de duas, três décadas […] Trazíamos gente do mundo inteiro, crescíamos rapidamente, e não tínhamos um Ministério do Planejamento. Quando o criamos, começamos a descer”, disse o ministro ao se referir ao que classificou como o “desmonte da economia brasileira” e criticar o “planejamento central”.

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“Rejeitamos o modelo estatista-dirigista”, acrescentou Guedes para justificar sua crítica. “O ministro do Planejamento que for planejar o futuro do Brasil é um farsante. Ninguém tem este conhecimento. A democracia é um algoritmo de decisão política descentralizada. E os mercados são algoritmos de decisão econômica descentralizados. Ou seja, quem conhece o futuro dos semicondutores são as pessoas que estão os produzindo. Eles têm melhores condições de planejar o futuro do que nós. Tudo o que podemos fazer é oferecer um bom ambiente de negócios e condições atraentes”, comentou o ministro antes de admitir não ter conseguido realizar tudo aquilo que pretendia fazer à frente do Ministério da Economia.

“Quando chegamos, nosso diagnóstico era o seguinte: temos que controlar os gastos e reverter o modelo (estatista). No primeiro ano, fizemos a Reforma da Previdência, mas não conseguimos fazer o que queríamos. Fizemos 60% do que queríamos. Porque queríamos um regime de capitalização”, acrescentou Paulo Guedes.

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