Produção industrial cresce 5,1% no Nordeste

No Nordeste a produção cresceu 10,2% em Pernambuco, 6% no Ceará e 3,4% na Bahia
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista
Produção de açúcar se destaca no bom resultado de Pernambuco – FOTO: Usina São José/Divulgação

A Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) de fevereiro, divulgada nesta sexta-feira (8) pelo IBGE, revelou aumento de 0,7% na produção industrial do país. O resultado positivo veio logo depois da queda de 2,2% em janeiro, justificada, principalmente, pelas férias coletivas, comuns no início do ano .

Os estados do Pará (23,9%) e de Pernambuco (10,2%) tiveram as maiores altas. Amazonas (7,8%), Minas Gerais (7,3%), Ceará (6,0%), Região Nordeste (5,1%), Bahia (3,4%), Goiás (1,4%), Paraná (1,3%), Santa Catarina (1,1%) e São Paulo (1,1%) foram os demais locais com índices positivos no mês passado. Já Mato Grosso, sofreu o recuo mais intenso, com queda de 4,4%.

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O analista da pesquisa, Bernardo Almeida, observa que o Pará se destacou principalmente pelo desempenho positivo do setor extrativo. “Trata-se de um movimento compensatório em relação ao mês anterior, uma vez que em janeiro houve grande volume de chuvas impactando a produção e o escoamento do minério de ferro. Esse crescimento do Pará é o mais intenso desde abril de 2019, quando chegou a 54,8% de alta. O estado vem de dois meses de resultados negativos com uma perda acumulada de 17,6%, agora eliminada com o crescimento de fevereiro”, explica.

Altas na produção das indústrias de alimentos e transporte

Em Pernambuco, a produção de alimentos, em especial o açúcar, e o setor de outros equipamentos de transporte- que cresceu nos segmentos de embarcações e peças para motocicletas, justificam o bom resultado. O estado também passou por dois meses negativos com perda de 7,6%. Já no Amazonas, o aumento vem dos setores de bebidas e informática.

Já a evolução de São Paulo deve-se ao desempenho dos setores de veículos e o de outros equipamentos de transportes. “São Paulo responde por aproximadamente 34% do parque industrial nacional, mas está 2,3% aquém do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 24,2% abaixo do patamar mais alto, atingido em março de 2011”, aponta Almeida.

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Mas nem todos tiveram aumentos na produção industrial entre janeiro e fevereiro. Mato Grosso ficou com a maior influência negativa sobre o resultado nacional, com queda de 4,4%, após quatro meses consecutivos de altas na produção, período onde o crescimento acumulado chegou a 32,8%.

De acordo com o IBGE, a queda se explica pelo setor de alimentos que, nos meses anteriores, vinha registrando evolução com o fim do embargo da China à importação de carnes brasileiras. “Em fevereiro, vimos apenas uma redução na produção para adequação estratégica entre oferta e demanda”, afirmou o pesquisador.

No acumulado do ano, a PIM Regional apontou queda em nove dos 15 locais pesquisados, com destaque para o Ceará (-20,1%) e Pará (-14,5%). “Ainda é cedo para analisarmos o resto do ano, mas podemos observar uma desaceleração da produção. No início de 2021, ainda tínhamos um caráter compensatório e a base de comparação era mais baixa que o período atual”, afirma Bernardo Almeida.

*Da Agência Brasil

Produção Industrial recua em nove dos 15 locais pesquisados em setembro, diz IBGE

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