Consolidado no emergente negócio da multipropriedade no Norte do Brasil, o grupo GAV – sediado em Goiânia – avança no Nordeste, onde vem concentrando sua atuação. Na região, a empresa tem cinco empreendimentos entre lançados e em construção, com valor geral de venda (VGV) de impressionantes R$ 3,5 bilhões. O lançamento mais recente é o Oikos Maragogi, em Alagoas.
Entre os outros projetos da empresa no Nordeste, dois estão localizados em Pernambuco. São o Porto Alto Resort e Porto 2 Life, no badalado balneário de Porto de Galinhas, Ipojuca (PE), com previsão de entrega respectivamente em 2024 e 2025.
No Ceará, a GAV está construindo o Jeriquiá Lagoa Resort, na Praia do Preá, município de Cruz, a 247 km de Fortaleza. A região é uma área de expansão do polo turístico de Jericoacara.
No Rio Grande do Norte, a aposta do grupo é o Pipa Island, em Tibaú do Sul, área conhecida como a “Ibiza do Nordeste” devido à agenda intensa, que combina atrações diurnas típicas do turismo de sol e mar com uma vida noturna agitada pela música eletrônica, seguindo os passos da ilha espanhola no Mar Mediterrâneo.
Entenda a multipropriedade
Nicho do mercado imobiliário que integra o segmento de moradia compartilhada e atrai empresas como a GAV, a multipropriedade é uma forma diferenciado de compra e usufruto de imóveis.
É caracterizada pelo investimento coletivo: cada comprador adquire frações e utiliza o bem por um tempo proporcional ao capital aportado. Por isso, a modalidade também é chamada de time sharing.
Nesse tipo de contrato, em vez de haver uma divisão em área, o cliente garante a posse e a propriedade de uma cota do emprendimento por períodos específicos e previamente acordados entre com o operador do empreendimento.
Portanto, essa é uma espécie de compartilhamento de imóveis, em que todos dividem os gastos. Além disso, é uma forma mais econômica para investir no mercado imobiliário. Isso porque a compra de uma fração exige um aporte menor.
No Brasil, uma das regiões com maior potencial para o negócio é justamente o Nordeste, devido à vocação turística, que atrai famílias não apenas do país, mas do mundo inteiro, interessadas em uma experiência temporária de segunda moradia, principalmente na alta estação.
Esse consumidor quer os benefícios de uma segunda residência, sem ter que arcar com a responsabilidade e os custos associados à propriedade integral. É exatamente o cliente na mira da GAV e o apelo dos estados nordestinos explica o interesse da empresa.
Multipropriedade: quem é a GAV?
Líder e pioneira na construção e incorporação imobiliária no modelo de multipropriedade tanto no Norte, como no Nordeste, a GAV surgiu da união de três empresas de Goiás: Gratão Empreendimentos, Amec Construtora e a Vallepar Empreendimentos.
Os sócios – com em torno de duas décadas de expertise – resolveram somar esforços em 2014 para aproveitar as oportunidades do novo conceito.
Começaram pelo estado do Pará, onde hoje são uma referência do modelo, graças a três empreendimentos de sucesso internacional consolidado – Salinas Premium, Salinas Exclusive e Salinas Park Resort – e agora trabalham na implantação do Salinas Beach Resort.
Os quatro empreendimentos são localizados em Salinópolis, região a 215 km de Belém que mistura, numa combinação paradisíaca, o litoral do Oceano Atlântico com praias fluviais de água doce, manguezais e ilhas.
GAV expande multipropriedade em todo o Brasil
O sucesso no Pará e o crescimento do mercado de multipropriedade fizeram a GAV olhar para outras regiões no Brasil com potencial para o negócio. Os passos seguintes foram a construção do Pyrenéus Residence, em Pirenópolis (Goiás), e o Gran Valley Resort, em Gramado (Rio Grande do Sul).
Mas, claro que o Nordeste não passou despercebido e atualmente concentra os planos de expansão do grupo, que fechou 2023 com a marca de 100 mil frações imobiliárias vendidas e faturamento anual total de R$ 2,3 bilhões. A estimativa é de que esse valor dobre até 2026.
A empresa não revela o percentual de participação dos estados nordestinos na receita nem adianta se há planos de lançar novos resorts na região nos próximos anos. “Não abrimos essa informação”, informa por meio de nota.
Multipropriedade em alta no Nordeste
Sobre o interesse estratégico nos estados nordestinos, o CEO e fundador da GAV, Manoel Pereira, afirma que “o Nordeste é um paraíso natural, com praias deslumbrantes, clima agradável e muita cultura, além de apresentar demanda por opções de hospedagem acessíveis e de alta qualidade”.
“A maior parte das viagens nacionais em 2022 teve como destino o Nordeste brasileiro, responsável por 38,4% dos embarques, segundo o Anuário da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo 2023”, detalha.
O executivo destaca ainda que “esses fatores trazem um grande potencial de crescimento turístico e imobiliário”.
Para Manoel Pereira, “a região é bastante atrativa para os negócios e estratégica para a expansão do setor de multipropriedade como um todo”. “Queremos oferecer experiências excepcionais que se complementam com o potencial natural da região“, frisa.
Quanto custa uma fração de multipropriedade na GAV?
Nos resorts do grupo goiano, é possível comprar cotas a partir de R$ 30 mil, com parcelas mensais a partir de R$ 700. Cada cota permite desfrutar da propriedade por duas semanas ao longo do ano, considerando opções de alta e média temporada. Os clientes têm a flexibilidade de adquirir o número de frações que mais se adequa ao seu perfil. Sobre o público, a maioria são casais de nível de renda A, com crianças, e idade entre 30 e 50 anos.
Multipropriedade é um bom negócio para o cliente?
Especialista em Direito Imobiliário e sócio na Tizei Mendonça, o advogado Amadeu Mendonça explica como o consumidor ou investidor deve agir para fazer um bom negócio no modelo de multipropriedade.
“Seja para usufruto ou investimento, é fundamental que o cliente se certifique de todos os detalhes e todo cuidado como se estivesse adquirindo um imóvel individual. Apesar de estar comprando cotas, o cuidado deve ser idêntico”, destaca.
Ele ressalta que o comprador deve analisar a documentação do empreendimento em cartório antes de fechar o contrato “especialmente se for um empreendimento novo”. “É preciso também avaliar também o histórico da incorporadora, se as entregas são feitas no prazo e se há reclamações sobre descumprimento de contrato”, alerta.
“Para quem está investindo com o objetivo de locação, ou seja, visando uma renda, é fundamental que se observe ainda a viabilidade do local onde o empreendimento será instalado, a atratividade do lugar para o público que se quer atingir, acesso, infraestrutura e quem são os demais condôminos que estão adquirindo cotas do imóvel”, orienta.
“Verificar que são os adquirentes é importante não apenas para se certificar da solidez do projeto, mas também para analisar se o consumidor visado para a locação tem match com o público do empreendimento. Esse último ponto é essencial, por exemplo, para o investidor que mira o segmento familiar”, conclui.
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