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Diretor do Grupo Jalles traz otimismo para o agronegócio pernambucano

O Grupo Jalles Machado tem no seu DNA a visão do criador Otávio Lages, pecuarista e usineiro
Jalles
A Jalles é uma das agroindústrias do setor sucroenergético nacional /Foto: reprodução do site

O preço da arroba do boi para exportação para China está em alta e os novos hábitos de alimentação verificada na China podem representar um novo argumento para a expansão da pecuária. A identificação da oportunidade é parte da análise que o diretor financeiro do Grupo Jalles, Rodrigo Penna, fez entre seus compromissos no Recife, a convite do LIDE Agronegócios. Nesta sexta-feira, relatou para dezenas de empresários as experiências do Grupo Jalles Machado, que possui 44 anos de atuação, tem capital aberto, faturamento anual de R$ 2,5 bilhões e muitos pioneirismos.

O Grupo Jalles Machado tem no seu DNA a visão do criador Otávio Lages, pecuarista que estimulou a reunião de empresários em Goianésia, Goiás, para a criação de uma usina, estimulado pelos incentivos do ProÁlcool. Assim nasceu o Grupo Jalles Machado, que tem sido exemplo de gestão para muitos empresários, principalmente pernambucanos, que têm feito visitas em série à Jalles. Em 2023, Rodrigo Penna, recebeu um grupo liderado por Frederico Petribu, da Usina São José.  Em agosto passado, novo grupo de empresários liderado por Nelson Bezerra, presidente da Masterboi, também esteve visitando a empresa.

Grande incentivador da pecuária no Nordeste, Nelson Bezerra defende a combinação da criação intensiva de gado na Zona da Mata com o cultivo de cana e buscava detalhes do trabalho feito pela Jalles com as suas 20 mil cabeças de gado.

Rodrigo Penna, diretor financeiro do Grupo Jalles

Preço da arroba em alta

O preço da arroba do boi, conta Rodrigo Penna, está com tendência de alta, comprovada no mercado futuro. No início do ano, a previsão era que o preço da arroba chegasse a R$ 240,00, no entanto, no final de setembro estava em R$ 274,00 e os negócios para dezembro são feitos com base em R$ 278,00, de acordo com dados da Scot Consultoria.

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As razões para a elevação no preço estão no Brasil, nos Estados Unidos e, principalmente, na China, o mercado de 1,4 bilhão de habitantes, analisa Rodrigo Jalles. “O consumo de carne de boi está em alta no Brasil, a produção pecuária está menor nos EUA e os chineses estão consumindo, cada vez mais, proteína de origem bovina”, resume Rodrigo Jalles. Ele mantém seus interesses na pecuária e lembra que o Brasil é o maior exportador de gado do planeta. Esse cenário atual reforça a expectativa de que os preços da arroba do boi vão se manter em alta.

Sinergia no agronegócio

A cultura da cana e a criação de gado têm algumas sinergias. O boi come o bagaço de cana hidrolisado, levedura seca e até a própria cana fresca. O esterco do gado substitui parte dos fertilizantes necessários na plantação.

A combinação de cana-de-açúcar e pecuária não é novidade. Na região Sul, nos pampas, algumas usinas fazem o consórcio, com a cultura da cana e criação de gado no pasto, no modo expansivo. O modelo utilizado pelo Grupo Otávio Lages e proposto pelo líder da Masterboi para Pernambuco é intensivo, com gado confinado, com parte da ração vindo do canavial. O conselho de Rodrigo Penna é acompanhar, de perto, os preços do gado. “A criação intensiva é mais rápida e com custos maiores. Precisamos estar sempre atentos aos preços da arroba do boi, para manter o negócio lucrativo”, alerta. É nesse momento que a mudança nos hábitos alimentares chineses e no aumento da renda no Brasil soam como música, para quem é do setor.

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