Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) vai abrir 5 polos de pesquisa no NE

O CTC desenvolve novas variedades e tecnologias voltadas para o cultivo da cana de açúcar
CEO da CTC, César Barros, fala sobre o potencial do Nordeste para usar novas variedades de cana de açúcar. Foto: CTC/Divulgação

O renomado Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) vai abrir mais cinco polos de pesquisa em usinas do Nordeste, sendo dois em Alagoas, dois em Pernambuco e uma na Paraíba. A intituição lança a cada ano variedades mais produtivas da cana de açúcar e planeja colocar no mercado uma planta transgênica em 2034 entregue num formato de semente artificial que dobraria a produtividade da planta até 2044.

A instituição paulista está fechando as parcerias para aberturas destes polos de pesquisa que ficarão dentro de usinas nordestinas. “Fazer pesquisa no local é fundamental porque os tipos de solos são diferentes (apesar de ser a mesma região). Precisamos encontrar plantas mais adaptadas à região”, explica o CEO da CTC, César Barros. Hoje, o centro tem três polos de pesquisa na região: em Japungu, na Paraíba; em Coruripe, em Alagoas; e um em Camamu, na Bahia.

“Dobrar a produtividade significa que não vai precisar expandir tanto em área. Nenhuma cultura pode se dar ao luxo de ser pouca produtiva. A demanda por biocombustíveis é crescente. Somos otimistas também porque há um senso de urgência na descarbonização da economia”, resume o CEO da CTC, César Barros, citando vários produtos que podem ser desenvolvidos a partir do etanol, como o SAF – um combustível verde que será usado nos aviões – e até o hidrogênio verde.

Segundo números do CTC, há um aumento das variedades de cana cultivadas no Nordeste. Na safra 2013/2014, eram utilizadas apenas 8 variedades. Já na última moagem (2023/2024), esse número aumentou para 23 variedades. Para as próximas safras, a expectativa do CTC é lançar de 1 a 2 variedades por ano com variedades mais adaptadas à região. Segundo César, cerca de 70% dos custos para a produção de açúcar ou de etanol estão ligados ao cultivo da cana-de-açúcar. Os outros 30% são os custos ligados à indústria.

“A nossa intenção é trazer mais variedades adaptadas ao Nordeste. Temos uma participação modesta no mercado nordestino, que é interessante”, comenta César. A região colhe, em média, 50 milhões de toneladas da planta numa safra. Desse total, Alagoas apresenta, em média, 36% da área total colhida na região, enquanto Pernambuco registra, também na média, 27% da área colhida no Nordeste, segundo informações do CTC. Os dois Estados correspondem a mais de 60% de toda produção de cana do Nordeste.

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Os laboratórios do CTC são especializados em desenvolver novas tecnologias para a cana de açúcar. Foto:CTC/Divulgação

Saiba mais sobre o CTC

Instalado em Piracicaba – no interior de São Paulo -, o CTC faz tecnologia para a cana de açúcar há 55 anos. A instituição também desenvolveu três variedades de organismos geneticamente modificados (Bt) utilizadas no combate a broca gigante, uma das principais pragas da região. “A tecnologia desenvolvida oferece o controle 24×7 e isso significa aplicar menos defensivos agrícolas durante o plantio”, comenta César.

A instituição também planeja lançar um produto que facilite o manejo das plantas daninhas usando a biotecnologia, além de planejar fazer uma semente artificial da cana de açúcar. “O plantio da cana ocorre há 500 anos de modo similar, enterrando um pedaço da planta”, afirma César, alegando que a semente também poderia acelerar o plantio dos canaviais, aumentando a produtividade. Segundo César, cerca de 70% dos custos para a produção de açúcar ou de etanol estão ligados ao cultivo da cana-de-açúcar. Os outros 30% são os custos ligados à indústria.

O CTC investe, anualmente, cerca de R$ 200 milhões, o que corresponde a 50% da sua receita em 3 linhas de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) que são as seguintes: melhoramento genético, biotecnologia e sementes sintéticas. A principal fonte de receita do centro são os royalties cobrados nos produtos desenvolvidos.

Em pouco mais de 10 anos, o centro fez investimentos da ordem de R$ 2 bilhões para aumentar a produtividade da cana. “Cerca de 40% da cana do mundo está no Brasil. Cabe a nós brasileiros promover pesquisas para aumentar a sua produtividade”, conta César.

A instituição tem um dos maiores bancos de germoplasma de cana-de-açúcar do mundo, com mais de 4 mil variedades. “A cana transgênica é a melhor forma de controlar pragas e doenças”, afirma César.

Além de Piracicaba, a instituição tem laboratórios em Saint-Louis, no Missouri, nos Estados Unidos. A instituição tem 550 funcionários, dos quais 320 atuam na área de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), sendo que 140 pesquisadores tem o título de PhD.

*Com informações do CTC

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