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Produção de grãos no Nordeste deve ser 7,8% menor na safra 2023/2024

Resultado é puxado por Alagoas, Pernambuco e Paraíba, que sofreram fortes revisões na previsão do que será produzido
Em todo o Brasil, a produção de grãos deverá atingir 295,6 milhões de toneladas / Foto: Wenderson Araújo/Trilux/Agência Brasil

A produção nordestina de grãos deve atingir 27,3 milhões de toneladas na safra 2023/2024, marca 7,8% menor que a de 29,6 milhões de toneladas registrada em 2022/2023. O resultado é similar ao do Brasil – que tem projeção de queda de 7,6% – e menor que os tombos projetados para a produção no Centro-Oeste (-15,1%) e no Sudeste (-12,4%). Os dados compõem o 6º Levantamento de Safra de Grãos, divulgado esta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Apesar de o resultado do Nordeste não ter sido o pior entre as regiões, é nessa parte do país que estão os três estados com as maiores revisões para baixo nas estimativas de produção e produtividade – Alagoas, Pernambuco e Paraíba –, mesmo com aumento das áreas plantadas. Significa que os produtores esperam colher uma quantidade menor de quilos de grãos por hectare cultivado, o que diminui os ganhos e assevera a dependência por culturas como o milho, oriundo de estados vizinhos.

De acordo com o relatório da Conab, Alagoas teve a maior diminuição do país na produção prevista – de 24,1% –, passando de 197,4 mil para 149,9 mil toneladas. Já Pernambuco ficou com a pior projeção do Brasil em produtividade, com queda de 27,1%. A Paraíba manteve praticamente estável a área plantada (+0,5%), mas deve ter perdas em produtividade (-21,3%) e em toneladas de grãos (-20,9%). No Nordeste, as áreas cultivadas aumentaram de 387 mil para 411,7 mil hectares (+6,4%).

BA também tem queda; CE e RN têm bons índices

Diferentemente de Alagoas, Pernambuco e Paraíba, a Bahia se destaca como maior produtor regional de grãos, com 11,4 milhões de toneladas previstas para este ano. Ainda assim, esse resultado representa uma variação de -14,4% em relação ao apurado em 2022/2023, que foi de 13,4 milhões de toneladas. Também houve queda na produtividade (-14,8%), já que o estado estima colher menos grãos por hectare, mesmo mantendo um patamar de áreas cultivadas similar ao da safra anterior. No ranking de estados nordestinos com produções revisadas para baixo ainda aparecem Piauí (-4,3%) e Maranhão (-3,2%).

Outras três unidades federativas com produção graneleira mais modesta, porém, se saíram bem no levantamento. O Ceará teve a maior revisão para cima nas projeções entre todos os estados, passando de 465,4 toneladas para 707 toneladas de uma safra a outra, uma alta de 51,9%. Já o Rio Grande do Norte prevê um aumento de 4,6% na produção apostando em mais áreas cultivadas (+11,4%). Sergipe, por fim, elevou a produtividade em 3,4% e deve entregar 4,5% mais toneladas de grãos.

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Chuva ajuda uns, mas faz falta para outros

Resultados tão díspares entre estados da mesma região podem ser explicados pela distribuição das chuvas. Em fevereiro, houve acumulados acima de 300 milímetros na faixa do mapa onde está o Ceará. De acordo com o levantamento da Conab, isso ajudou a manter a umidade do solo e favoreceu algumas lavouras, mas atrasou o plantio de algodão, milho e amendoim.

Na Bahia, culturas como a do feijão e a do milho vêm se saindo bem devido à melhor distribuição e à maior regularidade das chuvas. As lavouras de soja também estão com desenvolvimento satisfatório, ainda que inferior à safra passada.

Na faixa leste do Nordeste, porém, choveu mais que no mesmo período do ano passado, mas menos do que os produtores precisavam, o que vem desmotivando o início de alguns plantios. Na Paraíba, por exemplo, apenas 11,7% da intenção inicial de cultivo de algodão havia se concretizado em fevereiro. Já em Pernambuco, culturas como a do feijão foram finalizadas e se confirmaram como menores em produtividade e em área plantada em relação à temporada passada.

“Adversidades climáticas, veranicos prolongados, principalmente no início do ciclo, aumento no custo de produção do feijão e a substituição de áreas por cultivo de mandioca foram algumas das causas que justificam essas variações nas estimativas”, aponta o relatório da Conab, que, apesar disso, faz bons prognósticos em relação ao sorgo, que é uma alternativa ao milho.

Produção de grãos
Foto: Wenderson Araújo/Trilux/Agência Brasil

Grãos: resultado nacional

Em todo o Brasil, a produção de grãos deverá atingir 295,6 milhões de toneladas. Conforme a Conab, houve baixas precipitações e temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras, e “essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período”.

Apenas a Região Sul teve resultado positivo nas projeções, com aumento de 8,2% na produção. O resultado foi puxado pelo Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de grãos do Brasil, que deve entregar 40,1 milhões de toneladas este ano (+45,7%). Mato Grosso segue como líder nacional, com 85,2 milhões de toneladas previstas para 2024, ainda assim, 15,6% a menos que as mais de 100 milhões de toneladas produzidas pelo estado pantaneiro no ano passado.

O levantamento da Conab considera dados relativos ao plantio de algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, gergelim, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale. Agora em abril, com a colheita da safra de inverno do ano passado já finalizada, a instituição dará início aos levantamentos relativos às culturas dessa estação para 2024.

Leia mais: Alagoas terá 1ª unidade para transformar vinhaça em biogás e biometano do Norte e Nordeste

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