
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) anunciou que vai investir R$ 7,5 milhões no Programa InovaPalma, uma iniciativa da Rede Palma que tem o objetivo de fomentar e apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de ações voltadas para a palma forrageira, planta considerada estratégica para o semiárido, especialmente durante as estiagens. O uso mais tradicional da palma é a alimentação animal, mas ela pode ser usada como alimento também pelos humanos.
Os R$ 7,5 milhões serão empregados na expansão; qualificação; pesquisa e desenvolvimento (os três eixos do InovaPalma). A expectativa é estruturar o programa até o final deste ano e começar a execução em 2024.
A proposta é instalar unidades multiplicadoras de raquetes-semente de palma forrageira nos Estados de abrangência da Sudene e, assim, aumentar a produção da planta na região. Além de investir na qualificação da mão de obra e estimular o desenvolvimento científico e tecnológico da utilização da palma.
O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, enfatizou que “o Nordeste é um celeiro de oportunidades. Estamos vivendo um momento oportuno do ponto de vista político e do ambiente da agenda que está colocada”.
Lançamento do InovaPalma
O lançamento do InovaPalma ocorreu durante o IV Encontro Técnico da Rede Palma, que reuniu representantes de universidades, secretarias de Agricultura, Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Embrapa, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pesquisadores no Recife.
Fundada em 2017, a Rede Palma se propõe a ampliar o debate, possibilitando a produção coletiva de subsídios técnicos que embasem a tomada de decisões sobre o tema e a manutenção de uma estrutura aberta de participação dos parceiros integrantes da Rede, envolvendo-os numa cadeia de compartilhamento dos mesmos valores e objetivos estabelecidos.
A palma é considerada estratégica para a produção da pecuária no semiárido, pois é um dos alimentos que menos sofre com a influência da estiagem, que acontece com constância na região. Mas ela pode ser usada também em vários alimentos para uso humano. Para isso, é necessário ampliar a mecanização e o beneficiamento da planta.
Ainda de acordo com Danilo Cabral, a Sudene está “mantendo os projetos em andamento, ampliando a oferta de crédito e as parcerias, garantindo assistência técnica”, entre outras ações. Desde que foi fundada, a Rede obteve conquistas importantes, como a inclusão da palma nos levantamentos do IBGE, criação de ação orçamentária para a palma, certificação das sementes (raquetes) de palma e a fabricação de uma colheitadeira de palma, com o objetivo de mecanizar a colheita da planta.
O IV Encontro Técnico da Rede Palma contou com palestras sobre nutrição da palma forrageira no semiárido dada por Jucilene Silva Araújo, da Insa, e Adaílson Pereira de Souza, da UFPB; alimentação de monogástricos por Thereza Martins, da UFPB; estruturação, manutenção e ampliação de unidades de raquetes sementes de palma forrageira abordado por Guilherme Costa Lima (SAPE/Emparn); a palma como uma commmodity do futuro para o semiárido, do pesquisador Alberto Suassuna; e pesquisa e melhoramento tecnológico em melhoramento e controle de pragas e doenças direcionadas para fortalecimento da cultura da palma (Fabiane da Costa Batista/INSA).
Na última grande estiagem do Nordeste, uma praga matou o plantio de palma e os produtores de animais tiveram muito prejuízo, porque ficaram sem alimento para dar aos animais.
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