Produção de grãos chegará a 390 milhões de toneladas em 10 anos

O cultivo da soja deverá responder por 78% da expansão da área plantada com grãos.
safra de grãos
Da safra recorde, o arroz, o milho e a soja correspondem a 91,5% da estimativa da produção e 87,1% da área a ser colhida. Foto: Divulgação/Aiba

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê que a produção de grãos no Brasil chegará, nos próximos dez anos, a aproximadamente 390 milhões de toneladas, o que representa um crescimento superior a 24% – ou 75,5 milhões de toneladas. O resultado será alcançado, em especial, nas lavouras de soja, milho e algodão.

A previsão consta do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola da pasta, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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De acordo com o ministério, esse aumento na produção será obtido a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. Em termos de área destinada a plantio de grãos, a expectativa é uma expansão dos atuais 77,5 milhões de hectares para 92,3 milhões de hectares em 2032/33”.

Investimentos em pesquisa

O cultivo da soja deverá responder por 78% da expansão da área plantada. Espera-se que, entre 2032 e 2033, sejam colhidas 186,7 milhões de toneladas da oleaginosa. O número representa aumento de 20,6%, na comparação com a produção de 2022/23.

O levantamento alerta que, apesar de as projeções do agronegócio mostrarem um “enorme potencial de crescimento” do setor, será necessário ampliar os investimentos em pesquisa.

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“A adição dos 14,7 milhões de hectares à área plantada de grãos poderá vir da conversão de áreas atualmente degradadas, particularmente, oriundas de pastagens extensivas, entre outras possibilidades, que evitem afetar a cobertura vegetal do país”, informou, em nota, o ministério.

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As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular o cultivo/Foto: Agência Brasil

Milho e algodão

A exemplo da soja, o milho também deverá ser influenciado por seu uso crescente para a produção de biocombustíveis (biodiesel e etanol de milho). Segundo o levantamento, a produção total estimada deste grão para 2032/33 é de 160 milhões de toneladas: uma alta de 27% na comparação com a produção de 2022/23.

“As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular o cultivo. O milho adquire importância crescente como matéria prima e como alimento”, detalhou, em nota, o Mapa.

O estudo projeta, em dez anos, uma produção de 3,6 milhões de toneladas de algodão em pluma. Isso representará um aumento de 26,8% do produto que atualmente tem, como origem de 90% da produção nacional, Mato Grosso e Bahia.

“Espera-se que o aumento da produtividade seja impulsionado por melhoramento genético, melhores práticas agronômicas, novas tecnologias e agricultura de precisão”, informou o ministério.

Carnes

Com relação à produção de carnes (bovina, suína e frango), a expectativa é uma alta de 6,6 milhões de toneladas entre 2022/23 e 2032/33. Se confirmadas as projeções, o resultado representará aumento de 22,4% na produção, que sairá das atuais 29,6 milhões de toneladas para 36,2 milhões de toneladas.

“As carnes de frango e suínas são as que devem apresentar maiores índices de crescimento nos próximos anos: frango, 28,1% e suína, 23,2%. A produção de carne bovina deve crescer 12,4%, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do produto, suprindo 28,5% do consumo mundial”, detalha o Mapa tendo, por base, expectativas de “esforço de crescimento em infraestrutura” no país, além de “investimento em pesquisa e financiamento para o setor”.

suínos
Carne de suínos: tendência de crescimento/Imagem de Marion Streiff por Pixabay

Segundo pesquisa, o aumento da produção nacional de carnes deverá ser pressionada com o crescimento do mercado interno e das exportações. Cerca de 35,5% da produção de carne de frango; e 14,8% da carne suína terão, como destino, o mercado interno. “Embora o Brasil seja um grande exportador para diversos produtos, o consumo interno será relevante”, prevê o Mapa.

“O mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. Em 2032/33, perto de 33% da produção de soja deve ser destinada ao mercado doméstico, o milho, 65%, e o café quase 43% da produção deve ser consumida internamente”, acrescenta.

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