Por Kleber Nunes
O Nordeste deve atingir a marca de 11 mil toneladas de milho na safra 2021/2022, isso significa um aumento de 25% da produção do grão, segundo levantamento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene). Maranhão e Piauí encabeçam o ranking na região, figurando também entre os 10 maiores produtores da commodity no Brasil.
Ainda de acordo com o estudo, a demanda aquecida e clima e relevo favoráveis explicam o desempenho dos estados nordestinos, bem como os financiamentos destinados à atividade. Nos primeiros sete meses do ano, o Banco do Nordeste contratou mais de R$ 1 bilhão em operações de crédito para milhocultura.
A instituição dispõe de várias linhas de crédito para produtores de milho, um dos três cereais mais cultivados do mundo. O BNB também participa do Plano Safra, atendendo a produtores rurais de todos os portes, da agricultura familiar ao agronegócio, em sua área de atuação, que abrange a Região Nordeste e parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Entre as linhas de crédito disponíveis estão o Pronaf, FNE Rural, FNE Irrigação, FNE Sol, FNE Agro Conectado e outras.
Segundo o autor do estudo, o economista Jackson Dantas Coêlho, além do aumento da produção, há previsão de expansão de 14% da área de cultivo, conforme dados de agosto deste ano da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A tendência de preços é semelhante à nacional e se deve à demanda aquecida.
“O comércio não foi afetado pela pandemia ou pela guerra na Ucrânia, sendo amplamente superavitário, influenciado apenas pela sazonalidade. O elevado grau de profissionalização e de inovação tecnológica na produção empresarial, com modo intensivo, permite produzir a um custo competitivo. Além disso, a capacidade dos produtores, o desenvolvimento de cultivares adaptados à região e ao clima, o apoio financeiro de instituições como o BNB e as precipitações geralmente regulares, fazem com que o milho se destaque no agronegócio do Nordeste”, avalia.
A pesquisa do Etene destaca que há duas áreas de expansão agrícola de grãos, principalmente empresarial: o Matopiba – confluência predominante de cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – e o Sealba, que reúne municípios do leste de Sergipe e de Alagoas com o nordeste baiano. São esses espaços produtivos que colocam Bahia, Maranhão e Piauí como maiores produtores nordestinos em oitavo, nono e décimo nacionais, respectivamente. Desse grupo, o Maranhão teve a maior expansão em área (20,1%) e o Piauí se destacou em produção (32,7%) e produtividade (18,8%).