Criação de gado Sindi cresce e movimenta leilões na Paraíba e Pernambuco

De cor avermelhada, o Sindi tem sua origem no Paquistão, e se adapta muito bem ao clima dos trópicos, em espacial ao do Nordeste Por Patrícia Raposo Pelo menos dois leilões de gado Sindi devem movimentar o mercado nordestino neste semestre. Conhecido como bovino do deserto, esse gado tem chamado atenção de criadores de todas […]

De cor avermelhada, o Sindi tem sua origem no Paquistão, e se adapta muito bem ao clima dos trópicos, em espacial ao do Nordeste

Por Patrícia Raposo

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Pelo menos dois leilões de gado Sindi devem movimentar o mercado nordestino neste semestre. Conhecido como bovino do deserto, esse gado tem chamado atenção de criadores de todas as regiões e se tornou a raça que mais cresce – proporcionalmente – no Brasil. Os leilões serão realizados por criadores da Paraíba e Pernambuco. Dados da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi) revelam que, no primeiro trimestre, o Sindi apareceu entre as TOP 10 do corte, com 130% de evolução frente ao mesmo período de 2020. Também houve um crescimento de 131,6% na venda de sêmen.

Após um bom tempo estagnado, o Sindi começou a despertar grande interesse/Foto: reprodução da internet

O desempenho, segundo a entidade, foi puxado pelas vendas direcionadas à produção de animais de cruzamento para abate e a inseminação de matrizes de rebanhos leiteiros mestiçados.  A movimentação tem animado os criadores de Sindi, que estão lucrando com o crescimento do plantel de seleção e com o avanço da genética do gado vermelho sobre o rebanho comercial do Brasil. 

“Após um bom tempo estagnado, nas mãos de apenas 20 a 30 criadores, a maioria com rebanhos pequenos, o Sindi começou a despertar grande interesse”, diz Álvaro Borba, criador da raça na Fazenda Riacho do Navio, em Campina Grande (PB). Borba organiza um dos leilões previstos para este semestre. Ele colocará à venda 60 animais, através da empresa Agreste Leilões, no dia 21 de agosto. E está otimista. Em seu último leilão, ele vendeu o gado Sindi para 15 estados. “O mercado está aquecido, a arroba está com preço elevado e o gado tem se expandido, devido à sua rusticidade, precocidade e fertilidade”, comenta.

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Pernambuco

O outro leilão será o da Fazenda Três Irmãos, situada em Bezerros (PE), previsto para o dia 05 de outubro, através da Connect Leilões. Touros, vacas, novilhas e babies serão postos à venda. O criador, Marcelo Tavares de Melo, foca na criação de touros e vacas de pura origem, os chamados POs.

O criador conta que a pecuária pernambucana sofreu uma queda muito grande nos últimos 15 anos por causa da seca e isso se refletiu na qualidade dos animais. “De uns 10 anos para cá, Alagoas acordou para a pecuária e houve grande expansão nos rebanhos da Mata Norte alagoana. E os fazendeiros de lá logo começaram a comprar terras na Mata Sul de Pernambuco. Isso despertou alguns pernambucanos, que entraram mais forte na pecuária, expandindo mais os rebanhos”, revela Marcelo. Segundo ele, porém, a maioria optou pelo Nelore.

No entanto, o Sindi tem começado a entrar como reprodutor para cruzar com vacas Nelore, gerando o Sindineo, que está se espalhando não só no Nordeste, mas também no Centro-Oeste. “É o chamado cruzamento industrial. E se o rendimento de carcaça do Nelore é de 52% e do Sindi, de 56%, o Sindineo alcança de 58% a 59%”, explica Marcelo.

De cor avermelhada, o Sindi tem sua origem no Paquistão. É uma raça antiga, que vem evoluindo há milhares de anos, segundo os estudiosos. “Ele é extremamente resistente e adaptável e possui dupla aptidão (carne e leite)”, diz Marcelo. O gado se mantém eficiente na produção e na reprodução na região dos trópicos, especialmente no Nordeste do Brasil.

“É um gado que tem menor estatura, mas é muito produtivo. Come menos que uma vaga leiteira tradicional e consegue produzir boa quantidade de leite, assim, consegue alta eficiência na relação alimento consumido e leite produzido”, comenta Álvaro Borba que, junto com os irmãos, assumiu a criação de Sindi iniciada pelo pai, há 40 anos. “Os preços ficaram ruins por 15 anos, mas vinham melhorando e, com a pandemia, dispararam. Isso tem levado muitos fazendeiros a investir em melhoramento de pastagem, tecnologia e nutrição de animais, incrementado a produção”, diz.

Os preço variam. Matrizes da raça custam entre R$ 9 mil e R$10 mil . “Um PO tem preço médio na faixa de R$ 25 mil. Mas pode chegar a R$ 8 milhões, como já se viu em leilão. Não se faz mais economia com POs”, diz Marcelo.

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