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Alepe acionará a Justiça para que emendas atrasadas sejam pagas

Procuradoria da Assembleia Legislativa prepara ação para cobrar que as emendas parlamentares remanescentes de 2024 sejam pagas
Márcio Didier
Márcio Didier
De Recife marcio.didier@movimentoeconomico.com.br
A Assembleia Legislativa analisa PEC que amplia o valor das emendas parlamentaes a que os deputados têm direito Foto: Roberto Soares/Alepe
A Assembleia Legislativa analisa PEC que amplia o valor das emendas parlamentares a que os deputados têm direito Foto: Roberto Soares/Alepe

Em mais um capítulo da das relações tensas entre o Executivo e Legislativo pernambucanos, a procuradoria da  Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) está elaborando, a pedido do presidente da Casa, Álvaro Porto, uma ação para cobrar, na Justiça, o pagamento de emendas parlamentares remanescentes de 2024. Do total de R$ 188 milhões, R$ 91 milhões foram pagos, restando outros R$ 97 milhões que foram reempenhados para 2025.

De acordo com o presidente da Alepe, apesar de reempenhadas, não há qualquer sinalização por parte do Governo sobre quando serão pagas, por isso que a Alepe partirá para a judicialização.

“Estive com a governadora Raquel Lyra no ano passado e ela acertou que seriam pagas até 30 de dezembro. Em  janeiro, fizemos uma cobrança e até agora não foram pagas. Não tem data, nem o governo se pronuncia sobre elas. E já está começando o prazo para o pagamento das emendas de 2025”, destacou Álvaro.

O presidente da Alepe, Álvaro Porto afirma que, até o momento, o Governo ainda não informou quando serão pagas as emendas remanescentes de 2024 Foto: Roberta Guimarães/Alepe
O presidente da Alepe, Álvaro Porto afirma que, até o momento, o Governo ainda não informou quando serão pagas as emendas remanescentes de 2024 Foto: Roberta Guimarães/Alepe

Novo embate sobre as emendas

A decisão da Alepe ocorre num momento de um novo embate com o Governo do Estado em relação ao percentual da receita corrente líquida para a destinação de emendas. Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Casa, e que já foi aprovada pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), amplia de 1,2% para 2% da RCL o valor das emendas para 2026. Se tomar como base o orçamento deste ano, os parlamentares a parcela a que os deputados teriam direito a  indicar sairia de R$ 6 milhões para 17 milhões. 

Na terça-feira (1º),  a governadora Raquel Lyra almoçou com deputados da sua base para conversar sobre a matéria. A expectativa é que seja feita uma contraproposta. Inclusive, uma comissão foi criada para avaliar o caso, formada por dois deputados governistas – Socorro Pimentel (União) e Adalto Santos (PP) – e dois de oposição – Rodrigo Farias e Diogo Moraes, ambos do PSB.

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“A proposta visa reajustar o valor das emendas, com base na modificação que foi feita para as emendas parlamentares em nível federal. O estado de Pernambuco está se alinhando à Constituição Federal e aplicando o mesmo percentual”, observou o presidente da CCLJ e autor da proposta, Alberto Feitosa, ao colocar a PEC, que recebeu o aval de 36 deputados, em votação na comissão. Por se tratar de uma Emenda à Constituição, são necessários os votos de 30 parlamentares para que seja aprovada no plenário. O sentimento na Alepe é que a matéria seja aprovada.

Tempo curto para a governadora

O prazo final para uma proposta alternativa à de Alberto Feitosa é a próxima segunda-feira (7). Os deputados até admitem um acordo sobre a destinação das verbas, que contemple as necessidades dos parlamentares com as do Governo. “Dessa forma, ganha todo o mundo. O Governo, que recebe a emenda para tocar determinada obra, retirando esse custo do seu orçamento, e os deputados, que contemplam as suas bases”, avaliou um integrante da base do governo. 

No entanto, se não houver um consenso sobre a proposta alternativa, a matéria será votada em plenário na terça-feira (8).

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