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A taxa média de desocupação no Brasil atingiu 6,6% em 2024, o menor percentual desde 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, os estados do Nordeste ainda apresentam os maiores índices do país, apesar de avanços significativos em alguns deles.
Em 14 unidades da federação, a taxa de desocupação média anual de 2024 foi a menor da série: Acre (6,4%), Amazonas (8,4%), Amapá (8,3%), Tocantins (5,5%), Maranhão (7,1%), Ceará (7,0%), Rio Grande do Norte (8,5%), Alagoas (7,6%), Minas Gerais (5,0%), Espírito Santo (3,9%), São Paulo (6,2%), Santa Catarina (2,9%), Mato Grosso do Sul (3,9%) e Mato Grosso (2,6%).
Bahia e Pernambuco registraram a maior taxa de desocupação do Brasil, ambas com 10,8%. Apesar disso, a região mostrou uma tendência de recuperação, com Pernambuco alcançando sua menor média anual de desemprego desde 2015, enquanto o Piauí registrou uma das maiores reduções percentuais da taxa de desocupação no país.
A taxa de desocupação do país no 4° trimestre de 2024 foi de 6,2%, sem variação significativa frente ao trimestre anterior (6,4%) e recuando 1,2 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,4%). Já a taxa média anual caiu de 7,8% em 2023 para 6,6% em 2024, a menor média anual da série histórica, iniciada em 2012.
A taxa média anual de subutilização para o Brasil ficou em 16,2%. O Piauí (32,7%) teve a maior taxa, seguido por Bahia (28,9%) e Alagoas (26,4%), enquanto as menores taxas anuais foram de Santa Catarina (5,5%), Rondônia (7,0%) e Mato Grosso (7,7%).
A taxa média anual de informalidade para o país foi de 39,0% da população ocupada. As maiores médias anuais ficaram com Pará (58,1%), Piauí, (56,6%) e Maranhão (55,3%) e as menores, com Santa Catarina (26,4%), Distrito Federal (29,6%) e São Paulo (31,1%).
A média anual do rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.225. As maiores médias foram do Distrito Federal (R$ 5.043), São Paulo (R$ 3.907) e Paraná (R$ 3.758). As menores médias foram de Maranhão (R$ 2.049), Ceará (R$ 2.071) e Bahia (R$ 2.165).
Recuo do desemprego em Pernambuco
Em Pernambuco, o desemprego caiu 5,1 pontos percentuais desde 2022, saindo de 15,9% para 10,8% em 2024. Nos últimos dois anos, 151 mil pernambucanos deixaram a situação de desemprego, representando uma queda de 25% no número de desocupados. No último trimestre do ano, o estado registrou sua menor taxa trimestral de desemprego da década, 10,2%, demonstrando uma recuperação contínua.
A governadora Raquel Lyra atribuiu os resultados à implementação de políticas de incentivo econômico, como a atração de novas indústrias, programas de qualificação profissional e a expansão da Casa do Trabalhador. “Já conseguimos alcançar a menor taxa de desocupação dos últimos dez anos. Mas não vamos parar, vamos garantir mais obras, mais indústrias para o Estado, gerando emprego e renda”, destacou.
A secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo, Amanda Aires, ressaltou que Pernambuco foi o estado que mais reduziu a taxa de desemprego no Nordeste em 2024, ao lado do Piauí, e teve a segunda maior redução do Brasil. “Apesar dos desafios ainda serem grandes, estamos no caminho certo e vamos continuar desenvolvendo ações para levar, cada vez mais, oportunidades para a população trabalhadora”, afirmou.
Crescimento da ocupação e aumento da renda no Nordeste
A recuperação do emprego refletiu-se no crescimento da ocupação. Segundo o IBGE, Pernambuco teve um aumento de 293 mil trabalhadores entre o 1º trimestre de 2023 e o 4º trimestre de 2024, totalizando 3,96 milhões de pessoas ocupadas, um crescimento de 8%.
Outro indicador positivo foi o aumento da renda média. No 4º trimestre de 2024, o rendimento médio habitual em Pernambuco chegou a R$ 2.511, um aumento de 16% em relação ao mesmo período de 2023, representando um acréscimo de R$ 347. Na comparação com o 1º trimestre de 2024, o crescimento foi de 7,5%, ou R$ 176 a mais.
Por outro lado, a desigualdade salarial na região ainda persiste. Maranhão (R$ 2.049), Ceará (R$ 2.071) e Bahia (R$ 2.165) registraram os menores rendimentos médios do país. Além disso, a taxa de informalidade continua elevada, com destaque para o Piauí (56,6%) e o Maranhão (55,3%), evidenciando que boa parte dos trabalhadores da região ainda está fora do mercado formal.
O nível de ocupação médio anual chegou a 58,6% em 2024. Os maiores percentuais para este indicador foram apresentados por Mato Grosso (68,4%), Santa Catarina (67,0%) e Goiás (65,3%) e os menores, por Maranhão (47,3%), Acre e Ceará (ambos com 48,7%) e Alagoas (48,8%). O nível de ocupação é a proporção de pessoas ocupadas dentro da população com 14 anos ou mais de idade.
*Com informações do IBGE e do Governo de Pernambuco
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