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Caged: comércio impulsiona geração de empregos no NE em novembro

Enquanto comércio gerou quase 20 mil empregos e serviços outros 10 mil, os setores de agropecuária, indústria e construção tiveram resultados negativos na região, revelou Caged
comércio geração de empregos Caged novembro 2024 Sudene
O setor de serviços, segundo o Caged, foi responsável por 19.492 novos postos de trabalho no Nordeste no mês passado. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Nordeste apresentou um saldo de 25.557 postos de trabalho em novembro, sendo responsável por cerca de 24% dos 106.625 novos empregos gerados no país, ficando atrás apenas da região Sudeste (50,3%). Os dados são da Coordenação de Avaliação e Estudos da Sudene, com base no resultado do do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta sexta-feira (27)  pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

No acumulado do ano, o Nordeste apresenta um saldo de 384.492 empregos gerados, o que equivale a 17,3% do acumulado no país. Esse número representa uma média de aproximadamente 35 mil empregos líquidos por mês. Nos primeiros onze meses de 2024 a Bahia lidera na região, com saldo de 103,2 mil empregos formais, seguido por Pernambuco (72,5 mil), Ceará (62,3 mil), Rio Grande do Norte (36,9 mil), Paraíba (28,4 mil), Alagoas (24,1 mil), Maranhão (23,2 mil), Sergipe (17,4 mil) e Piauí (16,5 mil).

No que se refere aos estados nordestinos em novembro, destacam-se Bahia, Pernambuco e Ceará, com 7.191, 5.526 e 4.443 novos postos de trabalho, respectivamente, o equivalente a 28,1%, a 21,68% e a 17,4% dos novos postos da região. Na sequência, aparecem Paraíba (2.720), Rio Grande do Norte (2.361), Alagoas (1.773), Sergipe (1.502) e Maranhão (1.419). Por sua vez, o Piauí apresentou um decréscimo de 1.378 postos de trabalho.

De acordo com o economista Miguel Vieira de Araújo, economista da Coordenação de Avaliação e Estudos da Sudene, em termos setoriais, os grandes destaques foram comércio e de serviços. O primeiro foi responsável por 19.492 novos postos de trabalho na região, enquanto o segundo respondeu por 9.988 novos empregos, o que totalizaria um saldo de 29.480.

“Mas o resultado final sofreu impacto pela grande redução de 2.688 postos de trabalho na agropecuária e pela diminuição de 399 postos na indústria e de 832 na construção”, explicou.
No setor de comércio, destacaram-se, em valores absolutos, Bahia, com saldo de 4.468, Pernambuco, com 4.243, e Ceará, com 3.437 novos postos.

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Caged no NE: resultados por setores

Em termos proporcionais ao saldo de cada estado, o setor de comércio foi responsável por mais da metade dos novos postos em todos os estados, com destaque para Sergipe (79,8%), Ceará (77,4%), Pernambuco (76,8%) e Maranhão (76,5%). No Piauí, o setor de comércio foi responsável por amenizar um pouco o saldo negativo, sendo responsável por 1.082 novos postos.

No setor de serviços, Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba registraram 3.084, 2.172, 1.428 e 1.028 novos empregos, respectivamente. Juntos responderam por 77,2% do saldo de postos de trabalho no setor de serviços na Região.

Em termos proporcionais, chamam a atenção os estados da Bahia, do Maranhão, de Pernambuco e da Paraíba, nos quais o setor de serviços representou, respectivamente, 42,9%, 40,9%, 39,3% e 37,8% do saldo de novos empregos do estado.

“Revertendo a tendência dos dois meses anteriores, o desempenho do setor de serviços não foi potencializado pelo subsetor de “administração pública, defesa e seguridade social”, cujo saldo foi negativo em 1.430 postos de trabalho, o que demonstra que o saldo do setor foi obtido por meio do setor privado”, frisou Miguel Vieira de Araújo.

Embora o setor industrial tenha apresentado uma diminuição de postos de trabalho na região no mês de novembro, Miguel afirma que foi um movimento observado nacionalmente e que o Nordeste representou apenas 6% da redução do saldo de empregos da indústria no Brasil.

“Enquanto a região apresentou um saldo negativo de 399, nacionalmente o saldo foi negativo em 6.678 postos. Ademais, a desaceleração da indústria é esperada nessa época do ano no País. Nos últimos anos, a partir de outubro, os saldos de novos postos de trabalho do setor começam a diminuir”, acrescentou o economista.

Ainda assim, é possível notar que o saldo negativo na região foi decorrente de apenas três estados, ao passo que os demais apresentaram saldo positivo, embora com uma desaceleração frente aos meses anteriores. Apresentaram saldo negativo o Piauí (-1.268), a Bahia (-341) e o Ceará (-226). Quanto aos demais, destacaram-se Pernambuco, com 400, Paraíba, com 345, Rio Grande do Norte, com 321, e Alagoas, com 255 novos postos de trabalho no setor industrial.

Em um olhar mais detalhado sobre o Piauí, é possível notar que o setor de “fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis” foi o grande responsável pelo resultado, com um saldo negativo de 1.265 postos de trabalho. Esse movimento também foi observado nacionalmente, com esse setor respondendo por cerca de 72% do saldo negativo no setor industrial do País.

Por fim, o setor agropecuário foi responsável por um saldo negativo em 2.688 postos de trabalho, com Bahia e Pernambuco sendo responsáveis por, respectivamente, -1.636 e – 1.228 postos de trabalho no setor. Quando se detalha um pouco mais, é possível observar que, na Bahia, os principais responsáveis por esse resultado foram o cultivo de uva (-500), o cultivo de frutas de lavoura permanente (-497) e o cultivo de café (-406), ao passo que, em Pernambuco, foram o cultivo de uva (-765) e o cultivo de frutas de lavoura permanente (-384), o que aponta para uma questão sazonal das frutas cultivadas no polo do Vale do São Francisco.

*Com informações da Sudene

Leia mais: Caged registra a criação de 106,6 mil postos de trabalho em novembro

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