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Audiência pública vai mostrar projeto de concessão de água e esgoto de PE em dezembro

O governo do Estado publicou o regimento das Microrregiões de Água e Esgoto (MRAEs) que vão decidir sobre as questões que envolvem a concessão deste serviço
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A intenção do Estado é realizar a concessão dos serviços de distribuição de água e coleta de esgoto para atrair investimentos e cumprir as metas de universalização até 2033. Foto: Compesa

No máximo, até a segunda semana de dezembro, acontecerá uma audiência pública para apresentar o futuro projeto de concessão do serviço de água e esgoto de Pernambuco, segundo o secretário executivo de Saneamento de Pernambuco, Artur Coutinho. Hoje, o serviço é prestado pela estatal Compesa, que vai continuar fazendo a “produção de água”. O evento vai iniciar o processo formal da concessão deste serviço que pode ocorrer em 2025.

Além de estar formatando a audiência pública, o governo estadual deu mais um passo no sentido de concretizar a futura concessão ao publicar no Diário Oficial de Pernambuco um novo regimento interno das Microrregiões de Água e Esgoto (MRAEs) do Estado. O regimento anterior tinha caráter provisório. A MRAE é uma autarquia interfederativa que vai fazer “a integração da organização, do planejamento e da execução dos serviços públicos de abastecimentode água, de esgotamento sanitário”, segundo o Diário Oficial.

As decisões da MRAEs são tomadas de forma colegiada e os municípios têm 60% dos votos e o governo de Pernambuco, 40%. São as MRAEs que vão aprovar a realização da audiência pública e também o modelo da futura concessão de distribuição de água e esgotamento sanitário. A titularidade do serviço de distribuição de água e esgoto pertence aos municípios e ao Estado, quando os municípios compartilham instalações operacionais com a Compesa. Pelo que foi definido até agora, cada município tem um contrato via microrregião com a Compesa, a prestadora do serviço.

As MRAEs serão a instância para decidir as questões relativas a distribuição de água e saneamento. A instância deliberativa da MRAEs é o colegiado. A quantidade de votos dos municípios são proporcionais à população dos mesmos. A cidade que tem o maior número de votos é o Recife com 340 votos do total de 3.048 votos da MRAE II, que vai da Região Metropolitana do Recife até o Sertão do Pajeú. Os votos do Recife são cerca de 10% da MRAE II.

O Estado foi dividido em duas grandes MRAEs. A segunda é a MRAE-I Sertão – que possui 24 municípios, sendo o de Petrolina, o mais populoso -. Ambas as MRAEs foram estabelecidas a partir da Lei Complementar nº 455/21.

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Artur Coutinho explica que as MRAEs vão decidir as questões relacionadas às concessões dos serviços de distribuição de água e coleta de esgoto. Foto: Secretaria de Recursos Hídricos/Divulgação

Futura concessão de água e esgoto

Na futura concessão de água e esgoto, a atual prestadora do serviço, a Compesa vai fazer só a “produção da água”. É como se a estatal vendesse a água às empresas empresas privadas que vão fazer a distribuição, a coleta e o tratamento de esgoto, além de cobrar a tarifa ao consumidor final. O órgão máximo que vai deliberar sobre o serviço são as MRAEs.

“Se todos os municípios votarem contra alguma decisão, não prevalece o voto do Estado que corresponde a 40% dos votos totais em cada MRAE”, resume Artur, que também responde como secretário geral interino das duas MRAEs. Sobre os serviços de água e esgoto, só serão implantadas as decisões que obtiverem 50% mais um dos votos.

“Depois da audiência pública, serão ouvidas as críticas e sugestões ao projeto de concessão, que vão ser acolhidas e encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Após a aprovação do tribunal, o projeto volta ao colegiado das MRAEs que vão deliberar sobre o modelo da concessão”, explica Artur, que acredita na aprovação do modelo que está sendo finalizado pelo Estado com uma consultoria do BNDES.

Ele argumenta também que a futura concessão vai atrair investimentos para que sejam cumpridas as metas de universalização do serviço, até 2033, que são as seguintes: 99% de distribuição de água, 90% de coleta de esgoto e uma redução de perdas da ordem de 25 %. Hoje, as perdas variam de 44% a 47%.

Nos 12 municípios em que o serviço não é prestado pela Compesa, as Câmaras de Vereadores destas cidades vão ter que aprovar a adesão deles às MRAEs. Os municípios que são autônomos neste serviço são: Água Preta, Amaraji, Carnaubeira da Penha, Catende, Cortês, Gameleira, Iati, Irajá, Itambé, Jaqueira, Palmares e Xexeu.

No caso da RMR, a coleta de esgoto continuará sendo feita pela Parceria Público-Privada (PPP) que tem à frente a BRK.

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