Seis das dez piores rodovias do Brasil estão localizadas na região Nordeste do País. Figuram no ranking os estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte com as PE-545; PE-096; PE-177; PB-400; PB-066 e RN-118. E a condição dos demais estados também não é animadora.
O Nordeste tem a maior parte de suas estradas classificadas em condição regular, ruim ou péssima. Do total de 29.802 km avaliados, apenas 13,3 km estão em ótimas ou boas condições contra os 16,4 mil km em qualidade mediana ou inferior. A característica também é observada nos estados da região: dos nove, somente Alagoas, Pernambuco, Piauí e Sergipe não tiveram mais de 50% de suas rodovias no grupo das três piores.
Piores rodovias estaduais, segundo a CNT
PE-545, de Exu a Ouricuri (PE)
PE-096, de Palmares a Barreiros (PE)
PB-400, de Cajazeiras a Conceição (PB)
RN-118, de Macau a Itajá (RN)
PE-177, de Quipapá a Garanhuns (PE)
RS-153, de Barros Cassal a Vera Cruz (RS)
RS-640, de São Vicente do Sul a Rosário do Sul (RS)
RJ-155, de Barra Mansa a Angra dos Reis (RJ)
PB-066, de Ingá a Itambé (PB)
AC-010, de Porto Acre a Rio Branco (AC)
Os dados são da Pesquisa CNT de Rodovias 2024, elaborada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O levantamento revela a região como um local dúbio: ora com bons ora com péssimos índices.
No que se refere à distribuição da malha rodoviária federal pavimentada, o Nordeste se destaca positivamente. A região apresenta a maior extensão dentre todas para o índice, abrangendo 31,1% da malha pavimentada, o que corresponde a 20,6 mil quilômetros. A região é seguida por Centro-Oeste (17,9%), Sul (17,7%), Sudeste (17,5%) e Norte (15,8%).
Mas no que diz respeito à distribuição das rodovias em relação à área por região, isto é, a densidade das rodovias federais pavimentadas por região, o Nordeste fica em segundo lugar. A pesquisa aponta também que a região sofre com deficiências na conservação e manutenção das rodovias, o que impacta negativamente o custo do transporte e a segurança dos usuários na região, além de afastar investimentos.
Rodovias do Nordeste
O crescimento da frota de veículos no Nordeste foi expressivo na última década, de acordo com o levantamento da CNT. Com um aumento de 61,6% entre 2013 e 2023, esse salto representa um acréscimo de mais de 8 milhões de veículos na região, passando de 13,1 milhões para 21,2 milhões.
O Nordeste foi a segunda região com maior crescimento percentual no País, ficando atrás apenas do Norte, com 70,1%. A taxa de motorização no Nordeste também apresentou uma evolução notável, subindo de 23,5 para 38,8 veículos por mil habitantes — um crescimento de 65%.
Mas a pesquisa aponta que a expansão da frota não foi acompanhada por investimentos equivalentes na malha rodoviária, resultando em gargalos logísticos e aumento no custo de transporte.
CNT e PE na Estrada
No final de outubro, o Governo de Pernambuco anunciou um investimento de R$ 5,1 bilhões para ações de implantação, restauração e conservação em 3,5 mil quilômetros de estradas no estado. Segundo a gestão, esse é o maior programa de infraestrutura viária da história de Pernambuco até hoje.
Comparando a lista das 21 PEs que receberão essas obras de recuperação com a lista das analisadas da CNT, somente cinco são apontadas. Estas são:
- PE-009, avaliada como “ótima”;
- PE-060, avaliada como “regular”;
- PE-090, avaliada como “ruim”;
- PE-095, avaliada como “ruim”; e,
- PE-275, avaliada como “péssima”.
Ao todo, a Pesquisa CNT 2024 avaliou a condição de pavimento de 1.018 km de estradas do estado sob responsabilidade do Palácio do Campo das Princesas. Enquanto, apenas 87 km são apontados como bons ou ótimos, 568 km são entendidos como em condição ruim.
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