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Nordeste tem o desafio de ampliar e descentralizar infraestrutura digital

As oportunidades de negócios digitais crescem no Nordeste na mesma proporção que crescem os volumes da dados
data center
Com avanço no numero global de dados, os data centers se toraram oportunidade de negócio/Imagem de evertonpestana por Pixabay

Nos últimos anos, as tecnologias voltadas ao armazenamento e distribuição de dados têm avançado no Brasil, mas no Nordeste os mais vultosos investimentos em infraestrutura crítica foram direcionados a praticamente um endereço: Fortaleza. A capital cearense tem pelo menos meia dúzia de Data Centers Tier III (do mais alto padrão) em operação e outros com investimentos anunciados para breve, como da Angola Cables e uma segunda unidade da V.tal – a primeira foi inaugurada no ano passado.

 A infraestrutura crítica (IC) é de tal importância que sua destruição ou obstrução pode acarretar enormes prejuízos para a segurança e a economia de uma sociedade, como vimos acontecer recentemente após as inundações no Rio Grande do Sul. Por esta razão, há quem alerte que a concentração dos serviços em um só local deve ser observada sob o ponto de vista da segurança nacional. Daí a necessidade de sua desconcentração no Nordeste.

Infraestrutura digital

Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), entre outros avanços tecnológicos, estão gerando cada vez mais dados. Por isso, os data centers se tornaram um grande negócio global. Big techs como Amazon e Facebook, por exemplo, precisam cada vez mais dessas estruturas para guardar seus dados e fazem isso em qualquer parte do mundo.

O Ceará passou a atrair data centers porque o estado dispõe de outra oferta de infraestrutura crítica muito importante nestes tempos de digitalização da economia: os cabos submarinos. Fortaleza se tornou um hub de cabos que partem de diversas partes do mundo e se encontram na costa cearense.

No entanto, com o avanço global das tecnologias, as oportunidades de negócios nesta área têm chance de crescer bastante no Nordeste. A razão é que, como são grandes consumidores de energia, os data centers já não encontram muita aceitação na Europa, que enfrenta o desafio de obter energia para suas próprias necessidades.

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Para se ter uma ideia, a geração de uma única imagem no Chat GPT consome energia equivalente a um banho de chuveiro elétrico de 4 minutos. Sendo um grande gerador de energia renovável, o Brasil, e em especial o Nordeste, são candidatos potenciais a receberem investimentos de infraestrutura crítica.

Mas, se tem energia de sobra, tem data center de menos. O Brasil conta com 44 data centers de alto padrão, contra 1.800 nos EUA. O país só tem quatro cidades recebendo cabos submarinos (Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo), contra 54 cidades no país norte-americano.

Infraestrutura digital: Um Telecom está consolidada no segmento de redes de fibra ótica de alta velocidade
Infraestrutura digital: o setor de rede de fibra ótica de alta velocidade ficou pequeno demais para os planos de Rui Gomes, CEO da Um Telecom/Foto: Um Telecom (Divulgação)

Novo data center

João Pessoa, Salvador e Recife possuem data centers em menor escala, mas, brevemente a capital pernambucana será contemplada com mais um, o maior do gênero no estado, em mais um passo em direção à desconcentração da infraestrutura digital regional. O projeto é da Um Telecom, que recentemente aprovou financiamento de R$ 43 milhões junto ao BNDES para a implantação da nova unidade no Parquetel, no Curado, com certificação completa Tier III – para designer da obra e infraestrutura.

“Pernambuco tem uma posição geográfica extraordinária para sediar projetos desta natureza, pois está no centro do Nordeste”, diz Rui Gomes, CEO da Um Telecom, acrescentando que essa posição é importante para latência (tem de resposta). “Estamos a 13 milissegundos de 90% da população do Nordeste, quase 50 milhões de pessoas. E temos condições de tornar o estado um hub de dados, mas vamos precisar de apoio de governos e empresas”, ressalta.

A construção de mais um data center comercial em Pernambuco pode ser o inicio de um movimento que dá chance ao estado de se reposicionar no mercado de dados. O CEO da Um Telecom lamenta que a discussão em torno da necessidade de infraestrutura crítica não esteja na pauta de governos e empresários locais. Ele acredita que a presença de outros data centers ajudaria a atrair cabos submarinos, criando um ecossistema capaz colocar Pernambuco como protagonista no mercado de dados regional, posição que hoje o Ceará ocupa com vantagem neste cenário da nova economia.

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