A economia de Salvador cresceu 16,8% em abril passado comparado ao mesmo mês de 2023 e 1,8% sobre março, segundo o Governo da Bahia. As informações constam da edição mais recente do Índice de Movimentação Econômica da capital baiana.
O IMEC-SSA é calculado mensalmente pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI) e afere o comportamento dos principais setores produtivos, a partir de parâmetros específicos.
De acordo com a instituição, o resultado é positivo em todos os períodos analisados. No primeiro quadrimestre deste ano, o indicador avançou 15,5% em relação a janeiro a abril de 2023. Nos últimos 12 meses, o crescimento chega a 8,3%.
Salvador: que segmentos puxaram o IMEC-SSA entre março e abril?
De acordo com a instituição, na passagem de março para abril, cinco das seis variáveis que compõem o índice puxaram o resultado para cima, com destaque para passageiros de ônibus urbanos (14,2%), que apresentou a variação positiva mais expressiva.
Em seguida, aparecem combustíveis (6%), passageiros no Aeroporto Internacional de Salvador (3%), consumo de energia elétrica (1,2%) e carga portuária (0,5%).
Já o número de passageiros de ônibus intermunicipais foi o único segmento com desempenho negativo (-12,4%).
Comércio reage na Bahia e impacta Salvador
O IMEC-SSA de abril reforça a percepção de melhoria na economia de Salvador. Esse movimento é confirmado por outros estudos recentes como a análise estadual produzida pela SEI a partir da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A compilação produzida pela superintendência mostra que, apesar da retração na passagem de março para abril (1,2%), o varejo segue firme e forte no mercado estadual, o que impacta grandes centros do comércio e serviços, como Salvador e Feira de Santana.
As vendas do setor cresceram 7,8% em abril comparado ao mesmo mês de 2023. No primeiro quadrimestre, a alta acumulada é de 10,5%.
O resultado de abril do comércio baiano foi o sexto melhor entre as áreas pesquisadas pelo IBGE e superou com folga a média nacional (2,2%). Foi o 18º mês consecutivo de incremento nos negócios do comércio da Bahia, no comparativo anual.
A manutenção dessa curva, pelo equivalente a 1,5 ano, mostra uma reação sustentada do segmento no estado e uma performance superior a do país. No acumulado janeiro/abril de 2024, por exemplo, a taxa de crescimento no varejo baiano foi mais que o dobro da nacional (4,9%).
Essa reação é resultado de uma soma de fatores, como a redução da taxa de juros, o aumento real (3%) do salário mínimo e a queda do desemprego na região metropolitana da capital baiana, que chegou a liderar, junto com Recife (PE), as estatísticas nacionais de desempregados.
A queda na inadimplência, do endividamento e do número de negativados proporcionada pelo programa federal de renegociação de dívidas – o Desenrola Brasil – também vem dando uma contribuição fundamental para esse panorama.
Não é só em Salvador: inadimplência recua no Recife
Assim como em Salvador, a inadimplência recua no Recife. Em maio, a taxa de famílias com pagamentos em atraso, na capital pernambucana, se manteve estável, em relação a abril.
O patamar desse período é o mais baixo em 21 meses, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE).
A instituição toma como base, para o recorte estadual, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Para a Fecomércio-PE, o recuo constante da inadimplência é uma boa notícia, pois comprova que os incentivos do governo para renegociação de dívidas, por meio do Desenrola Brasil, estão surtindo o efeito esperado pelo setor.
Como resultado, o número de negativados cai, o que representa liberação de crédito para o consumo.
Apesar desse alívio, o economista da Fecomércio, Rafael Lima, pondera que o percentual de consumidores com pagamentos em atraso no mercado recifenese (29,1%) ainda é alto, refletindo níveis de desemprego elevados, mesmo com o recuo observado nos últimos meses na capital.
De acordo com a federação, o número de endividados no Recife ficou em 81% dos consumidores no mês passado, nível próximo ao do Brasil (78,8%). A entidade também aponta que 19,4% das famílias com renda de até 10 salários mínimos declararam ser incapazes de pagar suas dívidas no próximo mês.
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