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Os biocombustíveis evitaram a emissão de 14,9 mi de toneladas de carbono

Os biocombustíveis emitem menos carbono, quando comparados com as emissões realizadas pelo uso da gasolina
etanol
No Brasil, o uso dos biocombustíveis cresceu 3,5% e evitou a emissão de 14,9 milhões de toneladas de carbono na atmosfera no primeiro trimestre de 2024. Foto: AgroSaber

O consumo de biocombustíveis cresceu 3,5% no primeiro trimestre deste ano, segundo o Relatório do 1º trimestre de 2024 do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O mesmo estudo diz que deixaram de ser emitidas 14,9 milhões de toneladas de gases que contribuem para o efeito estufa neste período por causa do uso dos biocombustíveis.

O Brasil utiliza três biocombustíveis: o etanol hidratado, utilizado puro no motor do veículo; o álcool anidro, que entra com uma participação de 27% na gasolina; e o biodiesel, o qual é adicionado ao diesel. Somente o uso do etanol evitou a emissão de 10,6 milhões de toneladas de carbono na atmosfera.

“Caso não tivéssemos os biocombustíveis, os veículos leves do Brasil teriam emitido quase 15 milhões de toneladas de carbono a mais. Então, essa redução de emissões ajuda a combater o aquecimento global”, comenta um dos autores do relatório, o professor e pesquisador do Observatório de Bioeconomia da FGV Luciano Rodrigues, um dos autores do estudo. Segundo ele, este número é, proporcionalmente, pequeno diante de todas as emissões do País.

Ainda de acordo com o pesquisador, para ter o mesmo efeito da redução de carbono citada acima seriam necessários plantar 36 mil hectares de árvores nativas, “o que é um volume significativo”. 

Segundo o pesquisador, o consumo do etanol reduz em até 90% as emissões dos gases que contribuem para o aquecimento global, comparando com o uso da gasolina. Ele explica porque isso ocorre. “No caso da gasolina, se pega um carbono que está no subsolo no formato de petróleo, extrai, converte em gasolina, queima a gasolina e joga o carbono para a atmosfera. Já com o etanol e os biocombustíveis, em geral, quando a planta cresce – sendo a cana ou o milho – no processo de fotossíntese ela sorve o carbono e converte este carbono em açúcar – por exemplo de cana-de-açúcar-, pega o açúcar e transforma em etanol”.

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A queima do etanol emite carbono, mas é o carbono que a planta absorveu da atmosfera. “É um ciclo fechado. não aumenta a concentração de gases do efeito estufa, porque é emitido o que a planta absorveu. Essa é a diferença”, conta Luciano. 

Luciano Rodrigues é um dos autores do estudo do Observatório de Bioeconomia da FGV que analisa o impacto do uso dos biocombustíveis. Foto: Divulgação/FGV

Consumo de biocombustíveis

O consumo dos biocombustíveis aumentou nos três primeiros meses deste ano por vários motivos, como cita o levantamento. “Primeiro, houve um restabelecimento da diferença tributária que sempre existiu entre o etanol e a gasolina. Houve uma grande oferta do etanol por causa da grande safra de 2023/2024. E também ocorreu o aumento do percentual de biodiesel no diesel”, resume Luciano.

No primeiro trimestre deste ano, o estudo diz que ocorreu um avanço do etanol hidratado que atingiu 26,4% do consumo total da frota de veículos leves do País no primeiro trimestre de 2024.

O uso dos biocombustíveis também faz a diferença em outros aspectos. “Nos veículos leves, o Brasil tem a matriz mais limpa do mundo. Emite menos emissões do que os outros países em função da presença do etanol”, comenta Luciano.

Ele também cita um dado curioso. “No ano passado, o etanol fez os consumidores brasileiros economizarem R$ 7 bilhões. Essa economia ocorreu, porque sem este biocombustível o Brasil teria que comprar mais gasolina. No Brasil, ocorre uma economia e uma descarbonização ao mesmo tempo”, conclui Luciano.

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