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ZPEs avançam no NE, onde já foram criadas 8 áreas de livre comércio

As ZPEs têm um atraso histórico, de 36 anos. A única região do país que tem áreas de livre comércio desse tipo em operação é o NE, com zonas de processamento de exportações funcionando no CE e PI. A região ganha mais uma estrutura do gênero, no MA
ZPEs: área de livre comércio do Porto do Pecém foi a primeira a entrar em operação no Brasil
ZPEs: Ceará fez história com a 1ª zona de processamento do país a entrar em operação, em 2013/Foto: ZPE Ceará

Criadas em 1988 para serem áreas industriais alfandegadas voltadas para o comércio exterior, as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) só agora, 36 anos depois, avançam e o Nordeste é o responsável por tirar a iniciativa do papel. O mais novo estado nordestino a ter uma ZPE autorizada a operar é o Maranhão.

Com isso, o número de estruturas desse tipo criadas na região chega a oito, considerando as do Ceará – pioneira no Brasil – Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Bahia.

As ZPEs cearense e piauiense são as únicas em operação no país. Ao todo, o Brasil tem 12 ZPEs criadas e autorizadas a funcionar.

O sinal verde para a zona de processamento de exportação maranhense foi dado na quarta-feira passada (22) pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE).

O colegiado é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e tem representantes da Casa Civil e das pastas da Fazenda, Integração e do Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e Mudança do Clima, Planejamento e Orçamento, Portos e Aeroportos e Transportes.

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Nessa reunião, também foi aprovada a instalação de quatro novas empresas na ZPE de Parnaíba (PI). No Sudeste, o CZPE deu aval para o primeiro projeto industrial que será implantado na ZPE de Aracruz (ES).

ZPEs: Maranhão recebe autorização para entrada em funcionamento de sua área de livre comércio
ZPEs: no governo do Maranhão, o secretário José Reinaldo Tavares comemora a autorização para operação da free trade zone/Foto: Secom-MA

ZPEs: onde vai funcionar a zona de processamento do MA?

A ZPE do Maranhão vai funcionar em Bacabeira, na Região Metropolitana de São Luís. O potencial de investimentos mapeado, até o momento, pelo MDIC chega a R$ 15 bilhões. A expectativa é de criação de 30 mil empregos, entre diretos e indiretos.

O empreendimento âncora da área de livre comércio já está definido. Será uma minirefinaria, com capacidade de 20 mil barris/dia de petróleo por dia, com possibilidade de ampliação para 50 mil barris diários em cinco anos.

Também está prevista a instalação de empreendimentos ligados à transição energética, especialmente na cadeia do hidrogênio verde.

A estimativa é de que sejam implantadas tanto fábricas de H2V, quanto de equipamentos para o setor, especialmente o mais importante deles: os eletrolisadores para a quebra das moléculas da água em hidrogênio e oxigênio. Os futuros fabricantes não foram divulgados.

ZPEs: governo comemora conquista de área de livre comércio

O projeto da ZPE Bacabeira é do governo maranhense e teve apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, José Reinaldo Tavares, comemora a autorização de Brasília para ativação. “Foi um sonho que se tornou realidade”, afirma.

Já o superintendente de Planejamento da pasta, Pedro Rocha Neto, destaca que “com toda a estrutura rodoviária, ferroviária e marítima que o Maranhão já dispõe, as coisas vão começar agora a trilhar um caminho bem mais fácil, bem mais rápido e importante para a economia do estado”.

Por sua vez, o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, ressalta a importância das ZPE para fortalecer a exportação de produtos brasileiros.

O regime das Zonas de Processamento de Exportação é um importante instrumento para promoção da industrialização do país, com foco em produtos e serviços brasileiros com atratividade internacional”, defende.

Pioneirismo nas ZPEs é do Ceará

A ZPE Ceará, que funciona no Porto do Pecém, foi criada em setembro de 2010 e começou a funcionar em agosto de 2013. Nesses 11 anos, a área de livre comércio movimentou 85 milhões de toneladas. Atualmente, a maior empresa instalada na zona de processamento é a ArcelorMittal, maior exportador do mercado cearense.

A expectativa é de que a free trade zone dê um novo salto com a implantação do Hub do H2V do Pecém.

Idealizado em fevereiro de 2021 pelo governo do Ceará, o Hub de H2V é uma parceria com o Complexo do Pecém, Fiec e a Universidade Federal do Ceará (UFC).

projeto prevê a criação, na ZPE Ceará, de uma plataforma voltada para a produção e distribuição de hidrogênio verde, em escala global.

Atualmente, o número de empresas interessadas em ter operações no cluster se aproxima de 40, com sinalização de investimentos da ordem de US$ 30 bilhões de dólares (R$ 145,7 bilhões de reais).

A primeira etapa do hub acaba de ter o alfandegamento concluído pela Receita Federal.

Piauí constrói porto para viabilizar ZPE

No Piauí, a ZPE de Parnaíba funciona desde 2022 e acabou estimulando a construção do primeiro porto no estado, que era o único na costa brasileira que não possuía um atracadouro marítimo.

Localizado no município de Luís Correia, o Porto Piauí teve a primeira etapa entregue em dezembro passado e será fundamental para viabilizar a zona de processamento de exportações.

Isso porque a ZPE tem previsão de abrigar a maior usina de hidrogênio verde do mundo, com investimentos de US$ 100 milhões da croata Green Energy Park. O projeto prevê a exportação do combustível para a União Europeia.

ZPE de Pernambuco, atrasada, começa a operar em 2025

A empresa Cone, detentora da concessão para a ZPE de Pernambuco, planeja a entrada em operação da zona de processamento entre o final de 2025 e o início de 2026, segundo o diretor de Negócios da companhia, Fernando Perez.

Atualmente, a Cone está negociando com fabricantes de equipamentos para energias renováveis interessados em se instalar na futura área de livre comércio.

A Cone tem a concessão da ZPE em Pernambuco desde 2010. Segundo a companhia, o principal motivo do atraso na entrada em operação foi a antiga limitação legal dessas estruturas.

A legislação determinava que as empresas instaladas eram obrigadas a destinar, no mínimo, 80% da produção, para o mercado externo. A regra só foi flexibilizada em 2022.

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