No tradicional evento Plano de Voo, que marca o início dos seus trabalhos anuais, a Amcham reuniu empresários e gestores públicos no Recife, nesta terça-feira (27). Além de algumas palestras e debates, o evento foi marcado pela apresentação a pesquisa Plano de Voo 2024: Perspectivas Econômicas e Políticas.
Fernanda Angeiras, gerente Regional da AMCHAM, explicou que o levantamento traz o sentimento do empresariado da rede Amcham e foi feita em parceria com o Poder Data. Foram ouvidos 775 empresários, que representam organizações que faturam juntas mais de R$ 663 bilhões. E 93% estão otimistas.
De acordo com o levantamento, para 41% dos respondentes, a projeção de crescimento será acima de 15%, enquanto que para 17% deles o percentual deve ser positivo entre 11% e 15%. “Isso significa que, para 58%, o crescimento será acima de 10% em 2024, o que é muito significativo”, analisa Paulo Sales, presidente do conselho da Amcham em Pernambuco.
A pesquisa quis saber também qual a prioridade dos empresários para fomentar os negócios. Em primeiro lugar, com 72% de pontuação, está o aumento de vendas no mercado interno. Ampliação da capacidade produtiva e redução de custos vêm em seguida, ambos com 49%. Automação/transformação digital teve 37% de pontuação.
Quando indagados sobre qual seria o principal desafio para o crescimento, 44% apontam a ampliação da demanda interna, seguido da instabilidade política (37%). Indisponibilidade de mão de obra (35%) e insegurança jurídica (33%), vêm em seguida.
Agenda ambiental
A pesquisa também mostra que a agenda ambiental ganhou relevância no meio empresarial. Para 51%, ela é relevante ou muito relevante. Só 18% acham que o assunto não tem muita importância.
Sob o ponto de vista da gestão pública, a política econômica foi apontada como a área que deve receber maior prioridade do governo (79%), seguido de infraestrutura (54%). Para 80% dos empresários ouvidos pelo Poder Data, o equilíbrio fiscal deve ser a prioridade do governo para crescimento da economia, seguido da reforma tributária (62%), segurança jurídica (62%) e política industrial eficiente e moderna (47%).
Em palestra durante o evento, Leonardo Lahud, líder em Comércio e Investimentos do BID, alertou que a política industrial não deve significar desglobalização ou proteção à indústria interna. “Ela deve ser uma estimulo à competividade. Deve ser pragmática e ter metas, como tem sido na China, nos Estados Unidos ou na Coréia do Sul”, pontuou. Lahud também alertou que a reforma tributária não pode ser entendida como um mecanismo o para diminuir a carga tributária. “Seu princípio básico é a simplificação do sistema tributário”, pontuou. O evento foi patrocinado pelo Hub Plural.
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