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Fusões e Aquisições são fatores estratégicos para as empresas familiares

Muitas das empresas familiares centenárias que se mantêm relevantes até hoje realizaram transações de M&A ao longo da sua trajetória.
Alberto de Oliveira Neto
Alberto de Oliveira Neto/Foto: Leo Martins/Divulgação JK

Por Alberto de Oliveira Neto*

Muitas empresas familiares ainda enxergam as operações de fusões e aquisições (M&A) como um último recurso de defesa ou como o remédio amargo da salvação, e não como uma alternativa normal do cenário competitivo e que deveria ser parte do planejamento estratégico anual.

Em um cenário em que a única constante é a mudança, estruturar uma fusão que traga sinergias e vantagens competitivas, atraia um sócio capitalizado para o negócio ou envolva a venda uma companhia para balancear o patrimônio familiar, por exemplo, são possibilidades que precisam ser consideradas.

O problema é que, muitas vezes, o vínculo emocional fala mais alto. Estima-se que 90% das empresas brasileiras tenham perfil familiar, mas apenas 15% delas passam da 3ª geração de acionistas. No entanto, muitas das empresas familiares centenárias que se mantêm relevantes até hoje realizaram transações de M&A ao longo da sua trajetória.

Reinventar um negócio e mantê-lo relevante exige fôlego financeiro e a solução, muitas vezes, passa pelo mercado de capitais. As empresas precisam compreender, desde já, que o processo decisório no M&A pode ser longo, então a preparação é um aspecto chave do sucesso. Ou seja, avaliar todas as alternativas para uma tomada de decisão bem embasada (ainda que essa tomada de decisão aconteça em um futuro distante).

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Este processo passa pela definição de uma tese de negócios e análises profundas de competitividade, cenários, tendências, regulamentações, riscos e valor da companhia, desde que calculado de maneira técnica e sem conflitos.

A recomendação é pela busca de um terceiro, um expert que ofereça neutralidade, para fazer esses levantamentos de forma imparcial, sem nenhuma outra agenda, para que o escrutínio seja neutro e ofereça uma avaliação que possa embasar a tomada de decisão, preferencialmente um parceiro sem nenhuma outra relação estabelecida com o funcionamento da empresa, como é o caso de familiares ou bancos.

Nesse sentido, as boutiques especializadas podem ser um aliado na avaliação de cenário e de recomendações, oferecendo expertise e independência. Assim, os riscos de uma tese irreal são minimizados e os tais conflitos de interesse são afastados.

Condições político-econômicas mais favoráveis, dentro de um ciclo macro mais otimista, aumentam o senso de oportunidade – e de urgência – para transações de M&A. O segredo está no preparo para criar e aproveitar as melhores alternativas.

*Alberto de Oliveira Neto é sócio da JK Capital, tem experiência relevante nos setores de saúde, serviços profissionais, logística e alimentos, incluindo projetos cross-border e integrações. Trabalhou na Guarita & Associados, Gafisa, Pátria Investimentos, Banco PINE e Mercer. É bacharel em Administração Pública pela FGV-EAESP e mestrando em Psicologia Organizacio- nal na Universidade de Hartford.

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