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Aumenta a inadimplência em Pernambuco em agosto

Um dos fatores que contribuiu para o aumento da inadimplência foi a alta do desemprego em Pernambuco
rafael lima - Fecomércio
Economista da Fecomércio-PE Rafael Lima diz que o aumento da inadimplência é ruim para o comércio e para o consumidor. Foto: Divulgação/Fecomércio-PE.

A inadimplência aumentou em Pernambuco em agosto, quando 173 mil pessoas não conseguiram quitar as suas contas, como mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), calculada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e que fez um recorte estadual. São 432 mil pernambucanos endividados com cartão de crédito, financiamentos, carnês, crédito pessoal, entre outros.

Tanto o endividamento como a inadimplência são ruins para os consumidores e para a economia. O endividamento sobrecarrega a renda mensal das famílias e reduz o consumo, inclusive de bens essenciais, como a alimentação. “O maior problema tanto para o consumidor como para o comércio é a inadimplência. No comércio, a inadimplência compromete o fluxo de caixa das empresas que ao não receber em dia podem atrasar suas obrigações com os fornecedores e com os seus empregados”, diz o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima.

“A inadimplência também é ruim para o consumidor, porque quanto mais ele atrasa mais aumentam os juros e o risco deste cidadão não conseguir um empréstimo, um financiamento ou um cartão de crédito, quando precisar”, comenta Rafael. A inadimplência prolongada tem um impacto negativo tanto no consumo das famílias quanto nos investimentos das empresas, pois diminui a capacidade social de gastar e de investir, o que acaba desacelerando a economia pela via do consumo e dos investimentos.

A pesquisa também percebeu um aumento da percepção da inadimplência por causa das altas taxas de desemprego registradas em Pernambuco. “Se a pessoa não tem emprego hoje e não há perspectiva de arranjar um trabalho, aumenta a porção da população que percebe que não vai conseguir pagar as dívidas”, explica Rafael. A avaliação desfavorável das oportunidades profissionais é compartilhado por quatro em cada 10 pernambucanos, segundo o Índice de Consumo das Famílias feito pela CNC. 

O levantamento mostra que os tipos de dívidas mais frequentes entre as famílias pernambucanas de menor renda são o cartão de crédito (94,3%), seguido por carnês (28,6%) e crédito pessoal (6,6%). Já o tempo médio de comprometimento com dívidas em Pernambuco é de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 61 dias, ante 63 dias no Brasil.

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Falta educação financeira

A falta de educação financeira faz, segundo Rafael, o consumidor, por exemplo, tirar o nome da inadimplência e já fazer outra dívida no mesmo momento. “A renda baixa da população também influi nisso”, comenta, acrescentando que o ideal era o consumidor ter uma reserva de emergência para bancar os gastos extras.

“Se o consumidor usar o cartão de crédito, não deve atrasar o pagamento por causa dos juros elevados. O não pagamento do cartão de crédito vira uma bola de neve e o consumidor não consegue mais pagar”, adverte Rafael. No Brasil, os juros do rotativo do cartão de crédito alcançam, em média, 450% ao ano.

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