O processo de desindustrialização em curso no país já eliminou muitas empresas. Só em Pernambuco, 2.300 indústrias fecharam as portas nos últimos sete anos. Com elas se foram 91 mil postos de trabalho, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).
Enquanto esse segmento da economia perdia força, fenômeno que começou nos anos 90, o agronegócio passou a se fortalecer com a expansão das commodities exportáveis. Mas, economistas concordam, que é praticamente impossível que um país da dimensão do Brasil possa ser sustentado por uma econômica de base agrária.
Por isso, a desindustrialização é um tema que vem despertando preocupações e foi tratado no 29º Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento, realizado em Fortaleza, na semana passada.
“A indústria acelerou, induziu o crescimento dos demais setores, foi o dínamo do crescimento e isso não está mais posto. Estamos numa transição. O velho não morreu completamente o novo não apareceu”, disse Aristides Monteiro Neto, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do IPEA, no evento do BNB.
Como indutor do desenvolvimento regional, o BNB está atento ao problema. A preocupação se acentua com o fim da guerra fiscal. Pelas regras da reforma tributária, só até 2032 os estados poderão fazer uso do mecanismo da concessão de benefícios para atrair investimentos industriais.
E como o investimento vai para onde há oportunidades, estados pobres que não investem em infraestrutura, nem na qualificação de sua mão de obra ficarão em péssima situação.
Ao menos aqui no Nordeste, acredita-se, o BNB pode indicar uma nova direção. “O banco tem o conhecimento da região e uma base de recursos ampla e crescente”, analisa Aristides Monteiro.
Mas, qual seria direção da mudança estrutural a ser tomada? Está é pergunta que não quer calar. Mas vamos tratar mais deste assunto na coluna da próxima quinta-feira.
Notas
Mercado otimista com corte na Selic
Nesta quarta-feira (02), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) define os rumos da Selic, em meio ao otimismo do mercado diante de uma recente deflação no IPCA e da nova estimativa de 2,5% para o PIB em 2023. Que vai ter corte, todos concordam, mas divergem no tamanho – se de 0,25 ou de 0,50 pontos, para dar início ao ciclo de retração.
Se tem corte, olho nos investimentos
Com a expectativa de o BC implantar um viés de queda na Selic, investidores começam a olhar para suas aplicações. Quando se tem um cenário de queda de taxa de juros, os melhores investimentos são os prefixados. Mas, como se está muito próximo de iniciar o corte, o ponto de inflexão já aconteceu. “Faz mais sentido investir em ativos indexados ao IPCA porque qualquer evento que faça a inflação voltar a subir gera um ganho adicional no papel”, diz Ricardo Jorge, especialista em renda fixa da Quantzed.
Fundo da Finacap bata o CDI
E por falar em investimentos, a pernambucana Finacap Investimentos, chamou atenção com sua performance. O fundo multimercado Finacap Multiestratégia FIM bateu o CDI no 1º semestre desse ano. Com rentabilidade de 10,03%, o fundo aparece em 5º lugar no ranking de melhores desempenhos, elaborado pelo consultor financeiro Marcelo d’Agosto com base em dados da plataforma Morningstar.
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