Por Rodrigo Mello*
Responsável por mais de um terço da produção de energia do país no último ano, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) do Brasil segue registrando avanços significativos. O setor, que oferece uma série de incentivos para quem realiza a compra de energia proveniente de fontes limpas, tem impulsionado a geração de energia renovável, auxiliando no processo de transição energética do país.
Por possibilitar a negociação direta com o fornecedor e uma maior previsibilidade, o mercado livre de energia proporciona uma significativa redução nos custos de empresas, fator que pode ser um diferencial para atingir o crescimento desejado. Em alguns casos, a economia com a energia, insumo que é considerado um dos mais custosos da indústria, pode ser de até 49%. Para as empresas, essa queda nos gastos possibilita uma reorganização significativa do orçamento, abrindo espaço para investimentos em outros setores e promovendo um maior desenvolvimento econômico no Brasil.
Além disso, o aumento da demanda no setor é um estímulo primordial para o investimento na geração de energia limpa no país. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), pela primeira vez, os investimentos globais em energia solar ultrapassarão os da produção de petróleo, colocando a geração desse tipo de energia em destaque no cenário energético global.
No Brasil, esse crescimento também deverá ser consolidado no próximo ano. Com a abertura do mercado livre para consumidores de alta tensão, a expectativa é que a novidade possibilite a migração de 106 mil novas unidades consumidoras, estimulando também a competitividade do setor. Com isso, a expansão do mercado trará uma sintonia do cenário brasileiro com o restante do mundo, alavancando negócios para uma série de consumidores e contribuindo para o avanço da transição energética, pauta essencial para o desenvolvimento do país.
*Rodrigo Mello, CEO da Kroma Energia
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