Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve nesta terça-feira (11) a decisão que negou o registro de candidatura a deputado federal de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins.
Glaidson está preso e obteve cerca de 37 mil votos no primeiro turno, mas não foi eleito. Ele concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo partido Democracia Cristã.
Ele é dono da empresa GAS Consultoria e Tecnologia, com sede em Cabo Frio (RJ), na região dos lagos fluminense, acusada de operar um sistema de pirâmides financeiras envolvendo moedas digitais e causar prejuízos a investidores.
No mês passado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) rejeitou a candidatura de Glaidson. O tribunal entendeu que o candidato estava inelegível no momento em que solicitou o registro por exercer a função de direção em empresa financeira que é alvo de liquidação judicial. A proibição está prevista na Lei da Ficha Limpa.
A fraude veio a público em agosto de 2021, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Kryptos e revelou um esquema bilionário de transações fraudulentas no mercado de criptomoedas iniciado em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, e atribuído a Santos. Ele prometia rendimentos mensais de 10% aos clientes.
Depois de Glaidson ser preso pela Policia Federal, começou a ser investigado na esfera administrativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A CVM chegou a receber denúncias sobre o esquema já em 2019, mas o entendimento à época era de que o caso não dizia respeito a valores mobiliários, o que o tirava da esfera de atuação da autarquia.
Isso mudou quando a investigação revelou que ele fazia captação de poupança popular na forma de oferta pública de contrato de investimento coletivo, que chamavam de arbitragem de criptomoedas.