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O terminal de minério é o ponto de partida de um investimento que pode chegar a R$ 10 bi

O projeto inclui um terminal de minério, uma ferrovia e uma mina no Sul do Piauí. O investimento é de mais de R$ 10 bilhões.
O presidente da Bemisa, Augusto Lopes, o governador Paulo Câmara (PSB) e o conselheiro da Bemisa, José Luis Vidal na assinatura do contrato para a instalação de um terminal de minério de ferro do grupo em Suape. Foto: Governo de Pernambuco/Divulgação.

A assinatura para a instalação de um terminal de minério de ferro do grupo Bemisa que ocorreu, na manhã desta segunda-feira (26), pelo diretor-presidente do Grupo, Augusto Lopes, e pelo conselheiro do grupo, Luís Vidal, e o governador Paulo Câmara (PSB) pode ser o empreendimento que mais vai contribuir para um desenvolvimento sustentável em Pernambuco. O terminal de minério faz parte de um “projeto integrado” que pode investir mais de R$ 10 bilhões incluindo uma mina de ferro, no Sul do Piauí, que será ligada a uma ferrovia de 717 km e um terminal no Porto de Suape. São muitos os condicionantes ainda para o projeto sair do papel, mas a previsão da empresa é de que o empreendimento esteja em operação em 2027.

“Será mais uma opção logística fundamental, que vai baratear custos. Esse novo terminal também vai potencializar ainda mais a utilização de Suape com uma logística ferroviária. Governar também é fazer escolhas, ter soluções estruturadoras para diversos arranjos produtivos de Pernambuco e parceiros de fora que vão ter em Suape um grande centro de negócios e facilitações logísticas”, resumiu o governador Paulo Câmara. A ferrovia vai viabilizar a exportação de minério de ferro de uma mina que a Bemisa tem no município de Curral Novo, no Sul do Piauí. E, somente como exemplo, a ferrovia pode ter impactos positivos em cadeias produtivas, como a avicultura – principalmente no Agreste -, a fruticultura do Vale do São Francisco e beneficiar até empresas que estão no meio do caminho como o Grupo Moura, que tem sua fábrica em Belo Jardim, também no Agreste pernambucano.

Os diretores da Bemisa apresentaram detalhes do terminal e da nova ferrovia. O terminal representa um investimento de R$ 1,5 bilhão a ser implantado em 51,8 hectares localizados na Ilha de Cocaia como Terminal de Uso Privativo (TUP) e a operação ficará com uma subsidiária do grupo, a Planalto Piauí Participações e Empreendimentos S.A. Durante as obras serão gerados 1.900 empregos diretos e 1.400 postos de trabalho indiretos. Na operação, serão criados 400 empregos. O empreendimento vai poder estocar 780 mil toneladas e poderá movimentar 13,5 milhões de toneladas por ano. A concessão será por 30 anos e neste período o valor do arrendamento da área custará R$ 184,5 milhões.

As obras do terminal só vão começar, quando estiver fechado os outras partes do projeto. “É um projeto integrado. Não dá para começar de forma separada, porque envolve uma mina, uma ferrovia e um porto (terminal). É para começar e terminar tudo ao mesmo tempo. O ponto fundamental era o porto (terminal), resolveu. Agora, vamos dar foco na solução final da ferrovia”, explica Luis Vidal. Segundo ele, a previsão da obra é começar em junho de 2025.

A ferrovia citada acima é a do Sertão cujo traçado lembra o trecho pernambucano da antiga Ferrovia Transnordestina, que saía da cidade de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, seguindo até Salgueiro, de onde começavam dois ramais, um seguindo para Suape e outro para Pecém, nas proximidades de Fortaleza, no Ceará. A ferrovia do Sertão é o mesmo traçado do trecho pernambucano da Transnordestina ? “Não . A ferrovia autorizada não pode ser exatamente igual, porque tem a faixa de domínio que é do atual concessionário”, explica Vidal. A faixa de domínio é de 5 km. E complementa: “necessariamente não vai passar pelos mesmos municípios. A distância (do traçado da Transnordestina) varia de 5 km a 30 km. Há trechos que se aproximam mais e outros que ficam mais distantes”.

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A Ferrovia do Sertão terá 717 km, sendo iniciada em Curral Novo, no Piauí, e terminando no Porto de Suape. Mas, segundo Vidal, quem vai dizer como vai ficar a Transnordestina e a Ferrovia do Sertão é o Ministério da Infraestrutura (Minfra) e a Agência Nacional de Transportes Terrrestres (ANTT). “Vai depender da solução que o Minfra tenha com a Transnordestina Logística S.A. (TLSA). Estamos numa posição independente até o Ministério se posicionar. Pode ser que o Ministério decida aproveitar os trechos existentes”, resume Vidal. A TLSA é a subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) dona da concessão da ferrovia no Nordeste e que está à frente das obras da Transnordestina, que começaram em 2006 e até hoje estão inacabadas.

Ainda de acordo com os dois executivos, a Bemisa está tentando conseguir condições regulatórias para gerar segurança, atraindo investidores para entrarem no investimento total de R$ 10 bilhões. Somente a ferrovia demandará um investimento estimado em R$ 5,7 bilhões. Um dos parceiros da Bemisa é o Banco Opportunity que, como toda instituição financeira, só investe no que deve ter retorno financeiro. E já foram feitos os projetos (que não são baratos) incluindo o de viabilidade técnica e econômica.

Os executivos também afirmaram que até a eleição pode impactar o projeto, porque isso pode dizer como os investidores vão responder com relação ao novo governo. “Se vai atrair os investidores mais rápido ou lento para nos auxiliar na implantação desse projeto”, conclui Vidal.


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