Por Patricia Raposo
O Complexo Portuário de Suape deve ganhar uma usina de produção de hidrogênio verde (H2V). Um Memorando de Entendimento foi firmado neste sentido entre a direção do porto e a Neoenergia. A ideia é que a produção seja viabilizada a partir de clientes locais.
O hidrogênio verde tem sido apontado mundialmente como um insumo de alto valor agregado por ter grande potencial para gerar energia sem a necessidade de emissão de gás carbônico.
O hidrogênio é considerado verde quando capturado num processo que usa energia renovável. Quando a fonte usada é suja, gera-se o que o mercado chama de hidrogênio cinza. O hidrogênio verde é obtido utilizando água, a partir do processo de eletrólise, que separa o hidrogênio do oxigênio. Com 20 litros da água potável se produzir 1 kg de hidrogênio.
O H2V tem sido a base da descarbonização da economia europeia, que vem atacando os segmentos que mais poluem, como o setor de transportes. Por isso, tem sido apontado mundialmente como um insumo de alto valor agregado. O setor industrial global já vem utilizando o H2V,
O interesse é crescente, ao ponto de, no começo deste ano, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ter escolhido o hidrogênio como um dos temas prioritários para pesquisa e desenvolvimento no país, visando à aplicação de recursos publicamente orientados.
Um bom mercado também para o etanol, que em sua composição química tem 6 moléculas de hidrogênio. O etanol está sendo estudado para alimentar células de combustível.
“Já instituímos um Grupo de Trabalho dentro do Governo para debater o Hidrogênio Verde e, agora, este memorando de intenções com a Neoenergia, que vamos trabalhar para elevar a demanda e viabilizar parcerias tecnológicas que entrem nesse projeto com a gente. São medidas visionárias como essa que vão sempre nos manter protagonistas e aparecendo na estratégia de grandes agentes econômicos globais quando se fala do Nordeste e do Brasil”, ressaltou Geraldo Julio, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado.
“O hidrogênio verde é um importante vetor para acelerar a descarbonização industrial e contribuir para eletrificação da economia, pois é obtido a partir de fontes renováveis. Essas premissas fazem parte dos compromissos da Neoenergia com o desenvolvimento, além de gerar uma maior dinâmica competitiva e descentralizada ao unir os diferentes segmentos de mercado”, comentou David Benavent del Prado, diretor da Termopernambuco.