As projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para próxima semana apontam que as chuvas nas áreas dos reservatórios de hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste deverão ser mais intensas do que o previsto. A nova perspectiva é de chuvas equivalentes a 73% da média histórica, ante 67% previstos na semana anterior. A previsão considera os dias 17 a 23 de setembro. Isso significa que a conta de energia não deve aplicar, nos próximos meses, as bandeiras tarifárias que deixam a conta de energia mais cara para todos os brasileiros.
A quantidade de água é monitorada constantemente pelo setor elétrico dividida em subsistemas, que indicam as regiões. As duas regiões que compõem um único subsistema é o Sudeste/Centro-Oeste, que responde por cerca de 70% de toda a água que pode ser acumulada para gerar energia no País. Geralmente, quando a estiagem atinge este subsistema, o preço da energia sobe para todos os brasileiros. Nos demais subsistemas, as projeções mudaram para 107% da média histórica para o Sul (ante 116%), 76% da média para o Norte (ante a 76%). Apenas a Região Nordeste se manteve em 65% da média.
Os dados de Energia Armazenada indicam que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas podem encerrar setembro em patamares superiores a 65% em três subsistemas. No Sul, a projeção é de 87,6%. Para o Norte e o Nordeste, as previsões para o dia 30 do mês são de 78,2% e 66,6%, respectivamente.
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve atingir 49,4%, na mesma data, previsão levemente superior a divulgada na semana passada, quando as projeções indicaram que a região chegaria a 49,2%.
A estiagem de 2021
Em 2020/2021, houve uma estiagem e a conta dos brasileiros aumentou por causa das bandeiras tarifárias vermelha e especial cobradas na conta de todos os brasileiros. A bandeira – quando implica na cobrança de uma taxa extra – é sentida pelo consumidor na conta do mês seguinte. Mas não ficou só nisso. Os reajustes da conta de energia em 2022 ficaram mais salgados, porque passou a ser cobrado na conta a energia gerada, em 2021, pelas térmicas que é mais cara do que a produzida por outros tipos de geração como hidrelétricas, eólicas, entre outras. Os brasileiros vão pagar essa despesa gerada pela termelétricas nos reajustes da conta de energia – que são anuais – pelo menos nos próximos dois anos.
Ainda de acordo com o ONS, o Custo Marginal de Operação (CMO) está, pela sétima semana consecutiva, com valores menores e equalizados em todos os subsistemas. A previsão é que o CMO fique em R$ 40,81, valor 7,8% inferior ao registrado anteriormente. Isso indica que a conta de energia não vai ser a vilã da alta generalizada de preços nos próximos meses.