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A ONG Nossas iniciou uma campanha que diz respeito a todos os brasileiros. A entidade está à frente de uma articulação que deseja conseguir mais de 1,5 milhão de assinaturas para que seja encaminhada ao Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) Amazônia de Pé, que vai decretar 56 milhões de hectares de florestas públicas naquela região a serem usados para conservação do bioma e pela população local. A iniciativa tem o apoio de cientistas, especialistas em Amazônia e 190 organizações, incluindo a empresa Natura que desenvolve projetos que contribuem para a preservação de 2 milhões de hectares de florestas naquela região.
Esta reserva seria ocupada pelos povos originários da floresta, ribeirinhos, quilombolas, pequenos produtores extrativistas e trabalhadores contemplados pela reforma agrária. Depois de conseguir mais de 1,5 milhão de assinaturas, a meta da ONG é apresentar o PL, de iniciativa popular, ao Congresso em 2023. “É impossível combater os efeitos do aquecimento global sem a Amazônia de pé. E as experiências nos mostram que a floresta em pé é rentável, gera renda para a população local e tudo isso pode estar junto com um processo de inovação, como por exemplo um produto que faz o cabelo crescer. A floresta vale mais em pé do que deitada”, resume a diretora global de Sustentabilidade da Natura, Denise Hills.
“A nossa experiência mostra que destinar recursos às populações que lá vivem é garantir o direito da moradia aos povos que protegem essa floresta”, comenta Denise. Ela cita como exemplo o case da ucuuba. “A árvore da ucuuba estava praticamente extinta pelo Ibama em 1995 e uma árvore valia R$ 10, sendo usada pra fazer cabo de vassoura. Hoje, uma ucuubeira rende cerca de R$ 100 por safra para uma família e a planta vive de 40 a 50 anos. O conhecimento tradicional cria toda uma cadeia de valor. Não existe incompatibilidade entre desenvolvimento e conservação da floresta”, afirma. A semente de ucuuba tem um grande poder de restaurar a pele e a empresa desenvolveu uma linha de hidratantes e sabonetes que usa a matéria-prima extraída desta semente que faz parte da linha Ekos, que usa vários ingredientes cultivados na Amazônia.
Há mais de 20 anos presente na Amazônia, fazem parte da cadeia de valor da Natura mais de 8 mil famílias agroextrativistas de 40 comunidades amazônicas. A companhia já movimentou, até hoje, mais de R$ 2,55 bilhões de reais em volume de negócios na região em um modelo pioneiro baseado na sociobiodiversidade. De acordo com o Integrated Profit & Loss (IP&L), recém-lançada metodologia de valoração dos impactos sociais, humanos e ambientais do negócio da Natura, para cada R$1 aportado na Amazônia, a empresa gera o equivalente R$8,6 em valor social.
A intenção da empresa é desenvolver projetos que contribuam para aumentar em mais um milhão de hectares de floresta em pé, saindo dos atuais 2 milhões de hectares para 3 milhões até 2030. A empresa de cosméticos também tem um centro de inovação, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos na Amazônia.
A Natura colocou toda a sua rede de consultoras a favor da campanha Amazônia de Pé. Somente da Natura, é um time de 1,2 milhão de consultoras, chegando a mais de 4,7 milhões quando incluem as consultoras de outras empresas adquiridas pela companhia, como a Avon.
E, se você está pensando que não tem nada a ver com a conservação da Amazônia porque mora no Nordeste ou Sudeste, Denise cita algo que às vezes alguns esquecem. “Estamos todos interconectados. Da Amazônia, dependem o regime das chuvas, a qualidade do ar, a umidade, a produção de alimentos. É fundamental continuar tendo esta biodiversidade. E as mudanças climáticas trazem muito mais impactos para os mais vulneráveis”, afirma Denise.
Como contribuir com uma assinatura
Caso você deseje aderir a causa, pode entrar no site das nossas.org. Até o dia 10 de setembro, a Nossas está promovendo uma série de ações em vários Estados com o objetivo de aumentar a quantidade de assinaturas. “A nossa intenção é que o PL inclua justamente as áreas comprometidas pela grilagem, garimpo ilegal, que são justamente as áreas que têm mais desmatamento”, explica a coordenadora de parcerias da ONG Nossas, Renata Ilha.
Depois que o PL for aprovado, a terra deve ter uma gestão parecida com as que ocorre nas Unidades de Conservação (UC), dividindo os territórios entre cada categoria, como quilombolas, indígenas, entre outros. Mais informações sobre a conservação da Amazônia podem ser obitdas no portal https://plenamata.eco/