O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de 1% no 1º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, demostra que houve superação da retração gerada pela pandemia, mas, de acordo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, ainda não foi suficiente para recuperar o patamar anterior à crise de 2016.
Depois do recuo registrado no segundo trimestre de 2021 (-0,2%), este é o terceiro resultado positivo seguido. O avanço, porém foi menor que o alcançado no 1° trimestre do ano passado (1,1%) frente ao 4º trimestre de 2020.
Neste conteúdo fornecido pelo Lide Pernambuco, entidade parceira do Movimento Econômico, economistas ligados à entidade fazem suas análises. Confira.
Jorge Jatobá
Presidente do LIDE Economia em Pernambuco
Crescimento alinhado com as expectativas do mercado, mas ainda pífio e consistente com o padrão observado desde a recessão de 2015-2016 que é de baixo crescimento. Ainda estamos abaixo do nível do PIB observado em 2013. Destaco que o crescimento do consumo das famílias foi inferior ao do primeiro trimestre do ano passado, resultado que deve ser imputado à inflação. O maior crescimento pela ótica da demanda foi o das exportações que expressa a procura do resto do mundo pelas nossas commoditties.
Tiago Monteiro
Embaixador do Tema Câmbio para o Sistema LIDE em Pernambuco
Podemos olhar o copo meio cheio, ou meio vazio. Estamos com três trimestres sequenciais de um crescimento ainda bem tímido, dentro de uma economia bem fragilizada e com vários gargalos estruturais e conjunturais a serem corrigidos urgentemente, mas ainda estamos muito aquém do que já presenciamos no começo da década passada. O setor de serviços aparece como o grande “mocinho” do período, com um avanço de 1%, enquanto os investimentos surgem como os “vilões”, com um recuo de 3,5%.
Ecio Costa
Economista-chefe do Sistema LIDE em Pernambuco
O resultado veio em linha com os indicadores que mostraram a recuperação do setor de serviços na economia brasileira pela ótica da oferta e o consumo das famílias pelo lado da demanda. ambos representam mais de 70% do PIB em cada lado. Interessante que o consumo puxou o setor de serviços e vice-versa. Agropecuária em queda e indústria estável por motivos diferentes: clima e falta de insumos. Os investimentos caíram para 18,7% do PIB por conta da queda nas importações. Serviços deve continuar puxando e inflação pode atrapalhar o consumo.
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