O Porto de Suape assinou a ordem de serviço para a contratação de um consórcio que vai elaborar os estudos para adequação e atualização do projeto executivo do acesso ferroviário do atracadouro pernambucano a futura Transertaneja. O trecho terá 9,7 quilômetros, sendo localizado entre o entroncamento da BR-101 com a Rota do Atlântico (PE-09) e a porção leste da Ilha de Tatuoca, no Complexo Industrial Portuário de Suape. Serão gastos R$ 5,2 milhões para a execução deste serviço.
Este ramal ferroviário é importante porque pode viabilizar a instalação de um terminal de minério na Ilha de Cocaia, para escoamento da produção de jazidas localizadas em Curral Novo, no Piauí, a 703 quilômetros do porto. A Transertaeja é o ramal pernambucano da antiga ferrovia Transnordestina, que está em obras desde 2006 e continua inacabada.
O ramal ferroviário interno do porto está previsto no Plano Diretor 2011 da estatal e era uma das reivindicações feitas ao porto pela empresa que construía a Transnordestina. O consórcio contratado é formado pelas empresas TPF Engenharia e B & C Engenheiros Consultores Ltda e venceu a licitação. A ordem de serviço para o início dos trabalhos será assinada, nos próximos dias, pelo diretor de Engenharia da estatal portuária, Cláudio Valença, e pelos representantes das corporações. O prazo de execução do contrato é de 300 dias. O investimento neste projeto executivo é de R$ 5.270.000,00.
“É um passo muito importante de preparação da infraestrutura do porto para a chegada deste grande projeto ferroviário, que terá impactos positivos não só para Suape, mas para toda a cadeia produtiva de Pernambuco e dos Estados vizinhos. Há uma infinidade de novas possibilidades de negócios para diversas cargas, como grãos e veículos, por exemplo ”, enfatiza o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão. E acrescenta:“com esse e outros investimentos em curso, Suape, sem dúvida alguma, se consolidará como um dos mais importantes portos públicos do país em poucos anos”.
O diretor Cláudio Valença explica que a contratação foi necessária para atualização do antigo projeto executivo, datado de 2014. “Nesse período, já foram identificadas erosões de solo em alguns trechos importantes do ramal. Além disso, será preciso readequar o traçado por causa da implantação de novas empresas nas proximidades do antigo ramal”, pontua. Valença também destaca a importância de reestudo do solo ao longo de 660 metros após a ponte do Rio Massangana, para confirmação ou não da solução anteriormente apontada para tratamento. “O objetivo é buscar a melhor intervenção de engenharia alinhada com maior economicidade na execução desse serviço”, bem como integrar os níveis das cotas da ferrovia com o terminal de minério”, acrescenta.
A Ferrovia Transertaneja
A Ferrovia Transertaneja foi uma alternativa encontrada pelo governo do Estado à Transnordestina que permanece com sucessivos atrasos na obra, sendo implantada pela empresa Transnordestina Logítica S.A. (TLSA), responsável pela concessão do serviço e subsidiária da Companhia Siderurgica Nacional (CSN). A autorização para construção do novo ramal foi assinada pelo então ministro da Infraestrutura (Minfra), Tarcísio de Freitas, em 10 de dezembro de 2021. A obra será tocada pela iniciativa privada e tem custo estimado de R$ 5,7 bilhões. O grupo que assumiu a Transertaneja é o Bemisa, que até agora não informou como isso será realizado, já que envolve uma negociação muito complexa com a TLSA que usou recursos públicos na construção da Transnordestina.
A retirada da ilha dos limites do porto organizado de Suape, para instalação do terminal, foi publicada no Diário Oficial da União em 28 de abril deste ano, o que vai permitir a instalação de um terminal privado de minérios no local, o que também é importante para viabilizar o investimento privado.