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Intenção de consumo das famílias pernambucanas segue em viés de alta

A situação atual não favorece o consumo de bens duráveis, embora a percepção em abril de 2022 seja melhor que a observada no mesmo período do ano anterior.

Segue avançando o Índice de Intenção de Consumo das Famílias pernambucanas (ICF-PE), calculado pela CNC. Em abril, ele cresceu 1,2% em relação a março passado, alcançando 81,8%. Foi a oitava alta consecutiva. Em relação a abril de 2021, a elevação foi de 17,3%.

O índice consolidado ainda está abaixo do patamar de otimismo e também ainda abaixo do resultado pré-pandemia, que era de 87,3 pontos em março de 2020, mas é o melhor resultado registrado pela pesquisa desde maio de 2020 (quando caiu para 71,6 pontos, antes despencar para 54,7 pontos em julho).

desejo de consumo
Pernambucanos têm elevação na intenção de consumir. Foto: Divulgação

Embora ainda não aponte maior segurança com relação ao ambiente de consumo, o movimento ascendente do índice denota que a proximidade da imunização global e a possibilidade de retomada mais intensa do mercado de trabalho, especialmente no setor de serviços, vem se refletindo em novas perspectivas entre as famílias pernambucanas.

Setor de Serviços

Em Pernambuco, os dados mais recentes do Caged dão conta de um saldo positivo de 7,7 mil postos de trabalho no setor de serviços no primeiro bimestre, com destaque para os segmentos de ‘educação’, ‘saúde’, ‘atividades administrativas’, ‘alojamento e alimentação’ e os serviços de ‘transporte, armazenagem e entrega’.

Por outro lado, não se observou um resultado favorável no setor de comércio, nem na agroindústria, em função da sazonalidade do segmento sucroalcooleiro, explicando a queda nos setores de transformação e agropecuário. Não obstante os resultados negativos sobre o emprego nesses três setores (agropecuária, comércio e transformação), nos primeiros dois meses, foi de 1,3 mil empregos.

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Preços

Por outro lado, na contramão dessas expectativas, possivelmente colaborando para conter o ímpeto de consumo, ainda devemos observar novos avanços de preços impactando o orçamento das famílias. A prévia da inflação oficial, o IPCA-15, apontou um aumento 1,82% em abril, só na Região Metropolitana do Recife – puxada principalmente pelo avanço nos preços de combustíveis –, acumulando 4,43% no primeiro quadrimestre.

É importante considerar que os combustíveis são itens cujo reajuste de preços costuma ter uma alta difusão sobre os demais componentes do IPCA, uma vez que encarecem custos de distribuição em diversas cadeias de produção. Aliado à perspectiva de reajuste na conta de energia elétrica, que começa a ser aplicada no final de abril, as famílias pernambucanas devem observar novos aumentos de preços também em serviços até o final desse primeiro semestre.

Corroborando a perspectiva de que o mercado de trabalho pode continuar melhorando em função do aumento da circulação de pessoas e menos restrições em ambientes fechados, os sub-índices do ICF referentes à percepção atual do emprego e da renda mantiveram-se estáveis na passagem de março para abril (+0,1% e +0,2%, respectivamente), além de registrar novamente avanço com relação à situação no mesmo mês do ano anterior (respectivamente, +8,3% e +7,1%). Ainda assim, é importante ressaltar que ambos os sub-índices ainda se encontram na zona de insatisfação (abaixo de 100 pontos).

A avaliação sobre o nível de consumo atual, embora siga melhorando desde julho de 2021, ainda representa o pior resultado entre os componentes do ICF, com 66,3 pontos. Ou seja, em geral as famílias consideram que estão consumindo menos atualmente em relação ao segundo semestre do ano passado. Mas essa percepção é melhor que a observada em abril do ano passado, quando o sub-índice chegou a 47,5 pontos. No mesmo sentido, também avaliam que a situação atual não favorece a compra de bens duráveis, embora a percepção em abril de 2022 seja melhor que a observada no mesmo período do ano anterior.

Olhando para frente, no horizonte dos próximos seis meses, a respeito da perspectiva profissional e da perspectiva de consumo, as famílias registram um nível de confiança também aquém do patamar ideal, com avaliação muito abaixo de 100 pontos, embora esses sub-índices do ICF venham melhorando nos últimos meses. Por outro lado, apesar do cenário de elevação das taxas de juros, a avaliação sobre a perspectiva de acesso a crédito seguiu em ascensão no mês de abril.

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