Agência Brasil
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu a estimativa de crescimento do PIB de 1,2% para 0,9% este ano. A revisão, divulgada hoje (13) no Informe Conjuntural da entidade, também ocorreu nas projeções econômicas para o setor industrial, que pelos novos cálculos, deve ter uma queda de 0,2% na produção deste ano em relação a 2021.
Em dezembro passado, a CNI havia esperava um crescimento de 0,5% este ano. “Se esse cenário se confirmar, será a sétima vez, em 10 anos, que a indústria nacional encolhe”, ressaltou a CNI em nota.
As revisões decorrem das dificuldades enfrentadas pelas linhas de produção globalizadas em decorrência do prolongamento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que tem elevado o preço do petróleo e, consequentemente, os fretes internacionais.
O repique da variante Ômicron, afetando a produção na China, é outro motivo para as novas projeções da CNI, considerando o retorno de lockdowns e quarentenas em cidades inteiras do país. “Tanto as sanções comerciais e financeiras impostas por vários países ocidentais sobre a Rússia, quanto a nova variante da covid-19, contribuíram para a persistência dos desarranjos nas cadeias produtivas”, diz a CNI.
Guerra lá fora e inflação interna afetam previsão do PIB
A redução da estimativa do PIB pela entidade se deve ainda a outros fatores como a redução da renda real, encolhida pelo aumento da inflação brasileira, e os consequentes juros altos, que desestimulam a aquisição de bens duráveis como automóveis e eletrodomésticos. “Temos um desafio, cada vez mais difícil, de enfrentar inflação alta com baixo crescimento”, ressaltou o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.
A indústria de transformação, que produz bens finais ao consumidor, é uma das mais atingidas e deve fechar 2021 com uma baixa de 2% no seu PIB, ante um crescimento de 3,4% no ano passado. Segundo a CNI, a dificuldade na obtenção de insumos e matérias-primas, aliadas à redução no consumo são os principais problemas.
A indústria extrativa nacional deve ser uma das poucas beneficiadas pelo contexto internacional, graças ao aumento nos preços de produtos como petróleo e minério de ferro. A previsão é que o segmento encerre o ano com crescimento de 2%, abaixo, porém, dos 3% registrados no ano passado.
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