Aumento de casos de covid-19 e gripe causa cancelamentos de voos em aeroportos do Nordeste
Da redação
Aeroportos de todo o país estão longe de voltar a normalidade. Centenas de voos continuam sendo cancelados e de acordo com as companhias aéreas e representantes da aviação civil não há previsão de retorno regular das chegadas e partidas nos aeroportos. A crise no setor aéreo brasileiro é causada pelo aumento de casos de covid-19 e influenza em funcionários das empresas de aviação. Pilotos, copilotos e comissários seguem afastados de suas funções por licença médica.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse em nota que está monitorando os casos de doenças respiratórias no setor. De acordo com a Anac, o passageiro que tiver o voo atrasado ou cancelado terá direito à prestação de assistência pelas companhias aéreas, conforme prevê a Resolução 400/2016, que define as obrigações das companhias em caso de atraso ou cancelamento de voos.
De acordo com as normas da Anac, o passageiro que comparecer para embarque tem direito à assistência material, que envolve comunicação, alimentação e acomodação.
A assistência é oferecida gradualmente, pela empresa aérea, de acordo com o tempo de espera, contado a partir do momento em que houve o atraso, cancelamento ou preterição de embarque.
A partir de 1 hora a norma determina comunicação (internet, telefonemas, etc). A partir de 2 horas, alimentação (voucher, lanche, bebidas, etc). A partir de 4 horas, acomodação ou hospedagem (se for o caso) e transporte do aeroporto ao local de acomodação.
Se o passageiro estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e desta para o aeroporto. Se o atraso for superior a 4 horas (ou a empresa já tenha a estimativa de que o voo atrasará esse tempo), ou houver cancelamento de voo ou preterição de embarque, a empresa aérea deverá oferecer ao passageiro, além da assistência material, opções de reacomodação ou reembolso.
“Se o voo for cancelado com até 72 horas de antecedência, o passageiro pode solicitar o reembolso integral da passagem ou acomodação, sem custo, em outro voo, da própria companhia ou de outra”, orienta a Anac.
Quem precisar viajar nos próximos dias deve ficar atento ao status do seu voo. No aeroporto internacional do Recife, um dos mais movimentados do Nordeste, pelo menos 22 voos foram cancelados só nesta segunda-feira (10), sendo 21 da Azul e um da Latam, de acordo com a Aena Brasil, que administra o terminal. A maioria dos voos cancelados da Azul, que mantém um hub no Recife, eram regionais, com saída para destinos como João Pessoa, Maceió, Aracajú, Natal, Petrolina e Campina Grande.
Em Salvador, na Bahia, pelo menos 10 voos da Latam com chegada ou partida no aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães foram cancelados neste início de semana, todos com destino ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Outros quatro voos da Azul também foram cancelados na capital baiana.
No aeroporto Zumbi dos Palmares, em Alagoas, pelo menos cinco voos que partiriam do estado foram cancelados, sendo três da Azul e dois da Latam.
A Latam informou em nota que precisou cancelar cerca de 1% de seus voos domésticos no Brasil programados para este mês de janeiro. Um total de 111 decolagens foram canceladas em todo o país até domingo (16). A companhia explicou ainda que os passageiros devem procurar a lista com os voos impactados pela falta de tripulação no site da empresa. Segundo a Latam, na página também é possível remarcar a viagem sem multa ou solicitar reembolso do bilhete.
A Azul explicou apenas que por razões operacionais, alguns de seus voos para este mês de janeiro precisaram ser reprogramados, mas que 90% de suas operações funcionam normalmente. A empresa confirmou o aumento de casos, mas disse que os funcionários acometidos apresentam um quadro com sintomas leves. Ainda de acordo com a Azul, todos os clientes afetados estão sendo notificados das alterações e reacomodados em outros voos da própria companhia.
A Gol também confirmou o aumento de casos positivos de covid-19 e gripe entre seus colaboradores, mas destacou que nenhum voo foi seriamente afetado até o momento.
A disseminação de doenças respiratórias foi um balde de água fria no setor aéreo, que vinha se recuperando após a fase mais aguda da pandemia. De acordo com o Ministério do Turismo, a demanda, que começou a cair em abril de 2020 estava em um bom movimento de retomada. Em dezembro de 2021, a malha aérea já alcançava 84,7% do que tinha sido registrado antes da pandemia. No final do ano passado já eram cerca de 2.036 decolagens diárias, bem perto das 2,4 mil em março de 2020.