Caged: no balanço dos empregos no Nordeste, a Bahia sobe e Alagoas desce

Segundo os números do Caged, de janeiro a abril BA teve 36.267 novas vagas, enquanto AL perdeu 13.182
Trabalho
Setor de Indústria acumula saldo negativo de postos de trabalho nos quatro meses de 2024 em Alagoas, revela Caged. Foto: Prefeitura de Maceió

Colaborou Vanessa Siqueira, de Alagoas

Alagoas é o único estado do Nordeste que apresenta saldo negativo no ano na geração de carteiras assinadas. De janeiro a abril, o acumulado é de -13.182 vagas. Somente no mês passado foram -1.607, resultado de 15.678 admissões e 17.285 desligamentos. Os números constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (29).

Em relação a abril, somente Alagoas e Pernambuco (-1.103) apresentaram resultados negativos na região, indo na contramão do bom momento vivido pela economia nacional e pela abertura de vagas formais.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o país alcançou 240.033 postos de trabalho gerados em abril, o melhor resultado para o mês desde 2013. Já o acumulado do ano, com saldo positivo de 958.425 carteiras assinadas, é o melhor resultado desde 2010.

O campeão na geração de empregos formais no Nordeste é a Bahia, que já chegou a 36.267 novas contratações no 1º quadrimestre no ano, sendo 10.649 delas somente em abril. Os setores de Serviços (+25.338 vagas) e de Indústria geral (+5.106 vínculos) foram os carros-chefes da economia baiana, beneficiada pela chegada da montadora chinesa BYD em Camaçari.

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Arte Caged Números de empregos do Nordeste janeiro abril de 2024
Arte Caged 2024 NE/ME

Segundo o diretor de Pesquisas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, José Ribeiro Soares, se comparado com o desempenho regional, o desempenho da Bahia foi ainda mais expressivo. “A expansão do emprego na região Nordeste foi de apenas 0,10% mediante a criação de 4.283 vagas. Diante deste contexto, o desempenho da Bahia foi determinante para que o saldo regional fosse positivo ” explicou.

O Ceará vem em segundo como o maior gerador de vagas formais na região em 2024, com um acumulado no 1º quadrimestre de 16.780 novas carteiras assinadas, menos da metade do resultado baiano. Em abril, o estado foi responsável por 5.678 novos empregos, gerados principalmente pelos setores de serviços (2.940), dústria (1.084), construção civil (953) e comércio (775).

“No Ceará, o setor de serviços é um importante empregador, tendo registrado saldos positivos em todos os meses de 2024. Importante destacar ainda que os próximos meses tendem a manter essa trajetória de ampliação, uma vez que o ritmo de crescimento econômico é ainda mais satisfatório no segundo semestre do ano, o que proporciona a maior geração de postos de trabalho”, analisa o secretário do Trabalho, Vladyson Viana.

O Caged e a cana

Fechando o pódio nordestino do ano vem o Piaui, com 6.094 novas vagas criadas, superando Pernambuco, que teve saldo acumulado de 4.688 nos quatro primeiros meses do ano. Ao contrário de Alagoas, que não se pronunciou sobre o resultado negativo, o governo de Pernambuco apontou a entressafra de cana-de-açúcar como um dos responsáveis pela diminuição de vagas formais.

“Quando analisamos o contexto dos dados do Novo Caged para Pernambuco nos últimos anos, fica nítida a tendência de aquecimento da economia e melhora na geração de empregos. Abril é um mês em que costuma haver um grande número de demissões no estado, por causa de fatores como a entressafra da cana-de-açúcar e da uva, por exemplo, o que puxa o saldo de empregos para o negativo. Mesmo assim, o resultado negativo deste mês, de 1.103, foi menos da metade do de abril do ano passado, quando foram fechados 2.721 postos de trabalho”, explica a secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco, Amanda Aires.

Segundo o Caged, Alagoas perdeu 13.182 postos de trabalho entre janeiro e abril, figurando entre os estados que menos geraram emprego no período. Janeiro foi o único mês com saldo positivo entre admissões e desligamentos, com um saldo e 881 vagas. Em fevereiro o saldo negativo foi de 2.962, em março de -9.494 vagas e em abril de -1.607 postos de trabalho.

Ainda sobre os dados de abril, Alagoas acumulou 15.678 admissões e 17.285 desligamentos. A Indústria foi o setor responsável por puxar o saldo negativo de postos de trabalho nos quatro primeiros meses de 2024, registrando entre janeiro e abril 6.669 admissões, 21.626 desligamentos e um saldo negativo de 14.957. Já o setor de Serviços registrou 26.837 admissões, 23.828 desligamentos e saldo positivo de 3.009 postos de trabalho nestes quatro meses.

*Com informações Agência Gov e governos estaduais

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