Colaborou Vanessa Siqueira, de Alagoas
Alagoas é o único estado do Nordeste que apresenta saldo negativo no ano na geração de carteiras assinadas. De janeiro a abril, o acumulado é de -13.182 vagas. Somente no mês passado foram -1.607, resultado de 15.678 admissões e 17.285 desligamentos. Os números constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (29).
Em relação a abril, somente Alagoas e Pernambuco (-1.103) apresentaram resultados negativos na região, indo na contramão do bom momento vivido pela economia nacional e pela abertura de vagas formais.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o país alcançou 240.033 postos de trabalho gerados em abril, o melhor resultado para o mês desde 2013. Já o acumulado do ano, com saldo positivo de 958.425 carteiras assinadas, é o melhor resultado desde 2010.
O campeão na geração de empregos formais no Nordeste é a Bahia, que já chegou a 36.267 novas contratações no 1º quadrimestre no ano, sendo 10.649 delas somente em abril. Os setores de Serviços (+25.338 vagas) e de Indústria geral (+5.106 vínculos) foram os carros-chefes da economia baiana, beneficiada pela chegada da montadora chinesa BYD em Camaçari.
Segundo o diretor de Pesquisas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, José Ribeiro Soares, se comparado com o desempenho regional, o desempenho da Bahia foi ainda mais expressivo. “A expansão do emprego na região Nordeste foi de apenas 0,10% mediante a criação de 4.283 vagas. Diante deste contexto, o desempenho da Bahia foi determinante para que o saldo regional fosse positivo ” explicou.
O Ceará vem em segundo como o maior gerador de vagas formais na região em 2024, com um acumulado no 1º quadrimestre de 16.780 novas carteiras assinadas, menos da metade do resultado baiano. Em abril, o estado foi responsável por 5.678 novos empregos, gerados principalmente pelos setores de serviços (2.940), dústria (1.084), construção civil (953) e comércio (775).
“No Ceará, o setor de serviços é um importante empregador, tendo registrado saldos positivos em todos os meses de 2024. Importante destacar ainda que os próximos meses tendem a manter essa trajetória de ampliação, uma vez que o ritmo de crescimento econômico é ainda mais satisfatório no segundo semestre do ano, o que proporciona a maior geração de postos de trabalho”, analisa o secretário do Trabalho, Vladyson Viana.
O Caged e a cana
Fechando o pódio nordestino do ano vem o Piaui, com 6.094 novas vagas criadas, superando Pernambuco, que teve saldo acumulado de 4.688 nos quatro primeiros meses do ano. Ao contrário de Alagoas, que não se pronunciou sobre o resultado negativo, o governo de Pernambuco apontou a entressafra de cana-de-açúcar como um dos responsáveis pela diminuição de vagas formais.
“Quando analisamos o contexto dos dados do Novo Caged para Pernambuco nos últimos anos, fica nítida a tendência de aquecimento da economia e melhora na geração de empregos. Abril é um mês em que costuma haver um grande número de demissões no estado, por causa de fatores como a entressafra da cana-de-açúcar e da uva, por exemplo, o que puxa o saldo de empregos para o negativo. Mesmo assim, o resultado negativo deste mês, de 1.103, foi menos da metade do de abril do ano passado, quando foram fechados 2.721 postos de trabalho”, explica a secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco, Amanda Aires.
Segundo o Caged, Alagoas perdeu 13.182 postos de trabalho entre janeiro e abril, figurando entre os estados que menos geraram emprego no período. Janeiro foi o único mês com saldo positivo entre admissões e desligamentos, com um saldo e 881 vagas. Em fevereiro o saldo negativo foi de 2.962, em março de -9.494 vagas e em abril de -1.607 postos de trabalho.
Ainda sobre os dados de abril, Alagoas acumulou 15.678 admissões e 17.285 desligamentos. A Indústria foi o setor responsável por puxar o saldo negativo de postos de trabalho nos quatro primeiros meses de 2024, registrando entre janeiro e abril 6.669 admissões, 21.626 desligamentos e um saldo negativo de 14.957. Já o setor de Serviços registrou 26.837 admissões, 23.828 desligamentos e saldo positivo de 3.009 postos de trabalho nestes quatro meses.
*Com informações Agência Gov e governos estaduais
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