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Data centers ganham linha de crédito específica para se instalarem no NE

Para projetos de data centers nas regiões Norte e Nordeste, a taxa de juros será a partir de 6,3%. Para as demais regiões brasileiras, taxa a partir de 8,5%
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Data centers terão à disposição uma linha de crédito do BNDES com taxas de juros menores se optarem por se instalar nas regiões Norte e Nordeste. Foto: Freepik

Com 54,6 milhões de habitantes, a maioria conectada a dispositivos móveis, o Nordeste apresenta um mercado digital com grande potencial de crescimento, tornando a região cada vez mais atrativa para investimentos em data centers. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) resolveu incentivar as grandes empresas a instalarem bases em estados como Ceará, Pernambuco e Paraíba com a oferta de uma linha de crédito específica, com taxas de juros menores. O valor total disponibilizado para todo o país é de R$ 2 bilhões.

O lançamento ocorreu nesta quarta-feira (11), dentro do conjunto de ações e investimentos da Missão 4 da Nova Indústria Brasil (NIB), que prevê R$ 186,6 bilhões de recursos voltados para o avanço em setores como internet das coisas, inteligência artificial e Big Data, entre recursos públicos e privada. Os R$ 2 bilhões anunciados pelo BNDES são oriundos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e visam apoiar a expansão da infraestrutura digital no Brasil.

Com foco especial no Norte e Nordeste, as taxas de juros para os financiamentos de instalação de data centers partirão de 6,13%, mais baixas do que os 8,5% oferecidos para as demais regiões do país.

Em comunicado, o BNDES destacou que o objetivo do projeto é investir na implantação de data centers pelo território brasileiro, levando em conta estimativas que indicam que, até 2030, o volume de dados no mundo deva alcançar 600 trilhões de gigabytes, o que vai exigir cada vez mais das infraestruturas de armazenamento, processamento e distribuição.

Durante a cerimônia de lançamento no Palácio do Planalto, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o investimento em inovação digital está no centro da nova política industrial do governo.

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Aloizio Mercadante afirmou que o banco de fomento já aprovou, na atual gestão, R$ 36,1 bilhões para transformação digital de empresas. “Com a matriz de energia de quase 90% limpa, o Brasil é um país altamente competitivo nesse segmento, pois data centers exigem elevado consumo de energia”, ressaltou Mercadante.

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por sua vez, salientou que o Fust tem a finalidade de apoiar iniciativas inovadoras no setor de telecom. “O investimento em infraestrutura é fundamental para levar a nossa indústria para um novo patamar e os datacenters são pré-requisito para essa transformação. Eles são essenciais para dar segurança, celeridade e confiabilidade aos serviços digitais, inclusive em situações de crise”, pontuou.

NE estratégico para data centers

O Nordeste tem atraído atenção especial das empresas por suas vantagens estratégicas. A combinação de energia limpa, infraestrutura em expansão e incentivos financeiros tem gerado um movimento crescente de investimentos na região. Exemplo disso é o projeto da Scala Data Centers, que está investindo R$ 1 bilhão no Ceará, enquanto a Surfix destina R$ 520 milhões para expandir suas operações em Pernambuco, mesmo estado em que a Um Telecom planeja investir R$ 150 milhões em sua base no Recife.

Fortaleza se destaca como um dos principais polos da indústria de data centers no Nordeste, impulsionada pela presença de uma vasta rede de cabos submarinos, que conectam o Brasil a outros continentes. Essa infraestrutura robusta atrai grandes empresas, que precisam de alta capacidade de transmissão de dados para atender às demandas do mercado digital. Entretanto, desafios como a corrosão causada pela maresia precisam ser enfrentados, uma vez que afeta os equipamentos de alta tecnologia.

O potencial da região vai além de Fortaleza. João Pessoa, a capital paraibana, é apontada como um local ideal para novos centros de dados, graças à sua posição geográfica estratégica, que permite uma baixa latência de menos de 8 milissegundos, crucial para serviços que exigem comunicação em tempo real.

O avanço de tecnologias como a inteligência artificial generativa deve aumentar exponencialmente a demanda por armazenamento de dados, reforçando a necessidade de uma infraestrutura digital robusta.

Além da localização estratégica e da infraestrutura de cabos submarinos, a disponibilidade de energia elétrica confiável e limpa é outro diferencial competitivo do Nordeste. Esses fatores, combinados com os incentivos governamentais, posicionam a região como um dos principais destinos para empresas que buscam expandir suas operações de tecnologia e armazenamento de dados no Brasil.

*Com informações do BNDES

Leia mais: Data centers: saiba como a IA está contribuindo para expansão no NE e atraindo R$ 1 bi em Fortaleza

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