O Rio Grande do Norte é o estado do Nordeste melhor classificado no Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), criado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para mapear os avanços em ciência e tecnologia no país, à frente de Pernambuco, Ceará e Bahia como economia inovadora.
O ranking teve a sua primeira versão divulgada nesta segunda-feira (5) e traz a posição dos estados brasileiros a partir do cruzamento de 74 indicadores distribuídos por “sete pilares de inovação” (Instituições, Capital humano, Infraestrutura, Economia, Negócios, Conhecimento e tecnologia e Economia criativa).
Em relação ao quadro nacional, o RN ocupa a 11ª posição geral, seguida na região por PE (13º), CE (14º), BA (15º), SE (16º), PB (17º), PI (18º), AL (21º) E MA (26º). Os estados do Nordeste concentram-se na metade inferior do quadro de classificação geral do IBID, enquanto os do Sudeste e do Sul ocupam as cinco primeiras posições da lista: SP (1º), SC (2º), PR (3º), RJ (4º) e RS 95º).
Segundo o INPI, o índice “constitui um mapa completo e atual da inovação no país, revelando o desempenho dos ecossistemas locais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) sob diferentes perspectivas”. O IBID foi desenvolvido com base na metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
Publicado desde 2007, o IGI é o indicador global de referência no tema, classificando 132 países a partir de suas potencialidades e gargalos. Na edição mais recente, em 2023, o Brasil ocupou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira posição no ranking regional (América Latina e Caribe), subindo cinco colocações em relação ao ano anterior.
o IBID permite identificar – dentro de cada um de seus pilares de inovação e dimensões associadas – quais são as potencialidades e desafios de cada estado e região do Brasil, bem como os diferentes fatores que influenciaram a sua classificação nos diversos rankings para cada tema analisado.
Indicadores do RN
Em relação ao Nordeste, dentre as suas 9 unidades federativas da região, 8 estão situadas nas últimas 15 posições do ranking. O Rio Grande do Norte foi considerado o estado mais inovador da região pelos seus bons indicadores nacionais em “Economia” (puxado pela dimensão “Crédito”) e com bom desempenho regional em “Infraestrutura”, “Conhecimento e tecnologia” e “Negócios”.
Já Pernambuco, o vice-líder regional, registrou melhor desempenho, em termos relativos, em “Economia criativa”. O Ceará destacou-se
regionalmente em “Conhecimento e tecnologia”, enquanto a Bahia teve melhor desempenho relativo em “Economia”.
O estado nordestino que obteve as melhores pontuações em indicadores de inovação específicos foi o Ceará, que ficou em 3º lugar nacional liderando em 4 dos 74 índices que compõem o IBID. São Paulo foi o primeiro colocado, com 40. Na região, os estados que também alcançaram primeiro lugar em rankings específicos foram Piauí 93), Rio Grande do Norte (2) e Maranhão (1). Neste aspecto, o Ceará se destacou em transparência na gestão pública, qualidade do ensino fundamental e grau de diversificação das exportações de alta intensidade tecnológica, dentre outros.
Com exceção de Alagoas, todas as economias do Nordeste apresentam desempenho em inovação acima do esperado em relação ao seu nível de renda e são considerados expoentes em inovação do IBID. No total, 14 de 27 UFs registram resultados em inovação acima do esperado para o seu patamar de desenvolvimento econômico (medido pelo PIB per capita).
Os estados do Sul e Sudeste são mais eficientes na conversão de seus insumos em produtos de inovação. Por outro lado, as UFs do Norte, Nordeste e Centro-Oeste lutam para alcançar este patamar, afetando o seu desempenho geral no IBID.
“A inovação passou a ser considerada de modo mais geral e horizontal em sua natureza: não está mais restrita aos laboratórios e artigos científicos. O IBID trabalha com esta definição ampliada do processo inovativo”, explica o economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura. A instituição alerta que o desempenho nacional médio não fornece um retrato completo da inovação no país em face dos diferentes desafios e potencialidades regionais.
Ainda neste ano, o INPI irá consolidar os dados em relação aos anos anteriores, construindo uma série histórica.
Entenda o IBID
Medido por um número que varia de 0 a 1, o IBID é um índice sintético que agrega 74 indicadores estatísticos coletados junto a fontes oficiais e/ou disponíveis publicamente, os quais são distribuídos em sete pilares (instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa). Esses pilares subdividem-se em 21 dimensões, como crédito, investimentos, educação, ambiente regulatório, sustentabilidade, criação de conhecimento, ativos intangíveis, entre outros.
O relatório completo está disponível neste link.
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