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Fintechs de Pernambuco, em meio a salto exponencial, miram EUA e outros mercados

Case de sucesso entre as fintechs emergentes pernambucanas, Faturepag prospecta negócios na Geórgia (Estados Unidos), enquanto a Propig, com 60% do faturamento no Sul e Sudeste, faz o caminho inverso e se volta para o Nordeste. Exemplo de expansão vem das conterrâneas Incognia e Allow Me, que atuam em nível global
Fintechs de Pernambuco: empresas, seguindo o exemplo da Incognia e Allow Me, passam a mirar estados e regiões onde não estão presentes ou tem pouca participação e até a exportação de soluções
Fintechs de Pernambuco passam por crescimento vertiginoso, impulsionadas pelo incremento das transações digitais e também das fraudes, que aumentam a demanda por cybersegurança/Foto:Agência Sebrae (Site)

O incremento das transações digitais, e também das fraudes, está levando as fintechs de Pernambuco a um crescimento vertiginoso. Com isso, as empresas – seguindo o exemplo da Incognia e Allow Me – passam a mirar estados e regiões onde não estão presentes ou tem pouca participação e até a exportação de soluções. A Faturepag, por exemplo, tem meta de superar este ano os R$ 3 bilhões em transações processadas e está de olho nos Estados Unidos e no Sudeste.

Os planos de expansão começam a ser executados em meio a um salto exponencial da empresa, que tem três anos de operação. A Faturepag, que já vinha registrando excelente desempenho da receita desde a criação, triplicou o faturamento no primeiro semestre de 2023 em relação a 2022. Animada, decidiu ir além das fronteiras e está investindo em roadshows e prospecções, além de intercâmbio técnico com as maiores empresas do segmento nos EUA.

O objetivo da empresa, nessas missões, é apresentar seus produtos para potenciais clientes e parceiros, networking e, claro, acompanhar o mercado, o desenvolvimento de novas soluções e tendências. A fintech busca também estreitar o relacionamento com potenciais investidores e mentores do setor.

Fintechs no mercado internacional: Faturepag busca adaptar plataforma ao cliente norte-americano

O CEO da empresa, Alan Barros, acabou de realizar viagem de negócios à Georgia. “Foi uma excelente oportunidade para mostrar nossa plataforma e ouvir as dores do mercado norte-americano, visando a uma futura adaptação do nosso sistema às necessidades e especificidades desse consumidor”, afirma.

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A agenda incluiu, entre outros encontros, reuniões na Metro Atlanta Chamber – uma das mais importantes câmaras de negócios dos EUA – na geradora Georgia Power, na incubadora ATCD e no ecossistema Fintech Atlanta.

Fintechs: a pernambucana Faturepag tem bases atualmente no Recife, Fortaleza e São Paulo
Alan Barros, da fintech Faturepag, vai participar de rodada de negócios na Abav e, em novembro, retoma conversas com o mercado da Geórgia/Foto: Faturepag (Divulgação)

Alan Barros volta ao estado norte-americano em novembro para retomar essas conversas. Antes disso, vai aproveitar a Abav Expo 50, no Riocentro (Rio de Janeiro), para participar de rodadas de negócio com empresas da indústria do turismo no Sudeste.

A Faturepag tem bases atualmente no Recife, Fortaleza e São Paulo. Oferece soluções customizadas em meios de pagamento e microcrédito voltadas para a área corporativa. A carteira tem 100 mil clientes, a maioria deles nos setores de turismo, varejo, atacado e indústria.

Tarso Penaforte, diretor executivo da Propig, aposta em parceria com os grupos industriais dos estados nordestinos/Foto: Propig (Divulgação)

Fintechs: Propig, com 60% do faturamento no Sul e Sudeste, busca expansão no Nordeste

Também criada em 2019, a Propig, embarcada no Porto Digital – ecossistema de tecnologia e inovação do Recife – busca fazer o caminho inverso da Faturepag. A fintech já nasceu com uma abrangência nacional e foi concebida para melhorar as transações de mais de 50 mil revendedores que comercializam Baterias Moura no Brasil.

“Nascemos como uma plataforma de soluções de integração tecnológica para a cadeia de distribuição através de meios de pagamento e como parceiros da Baterias Moura, um player global que tem uma grande rede de distribuidores espalhada por todo Brasil.”, explica o diretor executivo Tarso Penaforte.

Atualmente, 60% do faturamento, que cresce ao ritmo de 50% ao ano, está concentrado no Sul e Sudeste. A empresa busca seguir nesse ritmo de crescimento com a carteira de clientes que comercializa produtos Moura, mas também vem trabalhando, em outros setores, para a captação de empresas parceiras que busquem soluções financeiras e meios de pagamento para seus clientes. Nessa estratégia, o Nordeste aparece como oportunidade.

Analisando os números do mercado de fintechs, vimos muito potencial de incrementar as operações em nossa própria região”, afirma Tarso Penaforte.

“Nossa plataforma ajuda grandes indústrias a implementarem estratégias comerciais direto ao consumidor final. Além de levar as condições necessárias para essa implementação, ainda contribuímos para o desenvolvimento de revendas, portanto podemos ser um parceiro importante para o crescimento dos grupos industriais de todo país e também do Nordeste”, acrescenta.

Fintech: a Incognia está sediada no Vale do Silício e suas soluções estão instaladas em 200 milhões de dispositivos, em 20 países
Fintech das fintechs: a Incognia, liderada por André Ferraz, tem metade dos usuários no Brasil e vem crescendo nos Estados Unidos, Índia e México, além de iniciar as operações na Europa e Sudeste Asiático /Foto: Incognia (Divulgação)

Fintechs pernambucanas se espelham nas conterrâneas Incognia e Allow Me

Ao visar a expansão de mercado, as fintechs pernambucanas se espelham em duas gigantes do setor que nasceram no Porto Digital e hoje atuam em escala global: a Incognia e a Allow Me.

A Incognia é o resultado da pivotagem dos fundadores da InLoco Mídia, start-up de publicidade on-line por geolocalização que surgiu de um projeto de alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e, em 2019, chegou a ser cotada para unicórnio (start-up com valor de mercado de US$ 1 bilhão).

Em 2020, veio a pandemia da Covid-19 e a In Loco quase faliu na fase mais crítica de fechamento ou restrição de operação das lojas físicas, sua maior clientela. Acabou vendida por R$ 250 milhões para o Magazine Luiza e é aí que começa a história da Incognia.

Os fundadores se voltaram para o mercado de soluções voltadas à prevenção de fraudes em transações digitais nos setores de aplicativos financeiros, e-commerce e delivery.

O negócio deu certo e se consolidou, principalmente entre bancos, fintechs, varejo e entregas. Hoje, a empresa está sediada no Vale do Silício e suas soluções estão instaladas em 200 milhões de dispositivos, em 20 países.

Ambiciosa, a Incognia tem metade dos usuários no Brasil e vem crescendo nos Estados Unidos, Índia e México, além de iniciar as operações na Europa e Sudeste Asiático. “A ideia é crescer e se consolidar ainda mais nesses mercados como líderes em nosso segmento”, afirma o CEO André Ferraz.

Allow Me entra no portfólio de soluções da líder global Serasa Experience

A Allow Me é um spinoff da gigante de cybersegurança Tempest. Fundada no Recife há 20 anos, a Tempest teve o controle adquirido pela Embraer em 2020. Atualmente conta com 400 empregados e escritórios na capital pernambucana, São Paulo e Londres.

Capitalizada e favorecida pelo aumento das fraudes digitais, a empresa criou um braço, a Allow Me, voltado para análise de riscos de dispositivos (móveis e desktops) a fim de detectar comportamentos suspeitos. O novo negócio repetiu o sucesso da empresa-mãe. Foi comprado há poucos dias pela líder mundial em análise de crédito, a brasileira Serasa Experian, por US$ 45 milhões, e passou a integrar o portfólio de soluções da datatech.

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