Por Juliana Cavalcanti
Num mundo extremamente competitivo e globalizado, aliar soluções criativas e eficientes para poupar custos e evitar desperdício não é apenas uma questão de economia, mas também torna-se um adicional quando se pensa na conservação ambiental. Na indústria têxtil, muitas vezes, soluções aparentemente simples, acabam poupando dor de cabeça e recursos para as empresas.
Às vezes a ‘mágica’ vem do aprendizado, de entender melhor as matérias-primas e como utilizá-las. Daí surgiu a ideia da Têxteis e Moda – da empresária e consultora Débora Fontes, bacharel em Estilismo e Moda pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Débora ajuda quem atua com moda e confecções a ter um melhor aproveitamento dos tecidos para os modelos desenhados – considerando questões como a diferença entre as fibras, o caimento esperado para cada peça desenhada, o conforto e o uso. A consultoria já alcançou cerca de 300 empreendedores – pequenos, médios e grandes empreendimentos também. A empresa atende desde pessoas com confecções pequenas e familiares (até mesmo produções mais caseiras) a profissionais da área de moda, estilismo e engenharia têxtil.
“Conhecer sobre tecidos, fibras, cortes, caimentos ajuda a evitar perdas, como por exemplo as peças com defeito. Muitos defeitos são decorrentes de o tecido escolhido não ser o mais adequado para a peça idealizada. O material escolhido também influencia o custo, o processo de produção e a agilidade da confecção”, explica Débora Fontes – que já atendeu pessoas e empresas do Rio Grande do Norte, Ceará, São Paulo, Pernambuco e Paraíba.
Um dos clientes da Têxteis e Moda é a Riachuelo de Natal/RN. “Treinamos a equipe de modelagem e com isso a marca conseguiu diminuir o número de peças com defeito”, acrescenta a empresária. A estilista Débora Fontes também é professora, com 15 anos de experiência, e oferece cursos online, com aulas práticas e sensoriais, para quem deseja conhecer mais sobre o universo dos tecidos e suas aplicações.
Etiqueta Certa com a informação correta e evita prejuízo com multas
Outra ideia inovadora que ajuda a indústria de confecções a se adequar à legislação brasileira e a poupar com eventuais autuações e multas é a Etiqueta Certa – startup criada pelas empresárias Karine Liotino e Mariana Amaral. Elas desenvolveram um sistema totalmente online e exclusivo para criar layouts de etiquetas de composição para produtos têxteis e de vestuário.
O software funciona de forma simples e faz com que as empresas atendam à regulamentação de etiquetagem brasileira, evitando retrabalho e prejuízos, a medida em que bloqueia quaisquer erros que possam ser cometidos na criação das etiquetas.

“As etiquetas de produtos têxteis precisam seguir uma norma estipulada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que é fiscalizada pelo InMetro. A Etiqueta Certa oferece um layout que segue exatamente essas normas e evita que as indústrias e confecções sejam autuadas, sujeitas a multas de R$ 150 a R$ 1,5 milhão”, detalha Anderson Vaz, gerente da empresa.
O aplicativo surgiu depois de Karine Liotino e Mariana Amaral viajarem para o Vale do Silício. Quando voltaram ao Brasil, elas se perguntaram quais eram os problemas da indústria têxtil e de confecções e uma das respostas mais comuns foi a etiquetagem dos produtos.
Segundo Vaz, a clientela é extensa e conta com marcas como Cavalera, Papi, Liquido, Loghaus, Stance; até Confecções Private Label fornecedoras de marcas varejistas como Reserva, Pernambucanas, Renner, Havan, Le Lis Blanc, Dudalina e Brooksfield.
“Temos exemplos de clientes que nos procuraram depois de serem autuados e sofrerem multas por conta de informações aparentemente sem importância, mas que não estavam nas etiquetas. Num dos casos, estava escrito ‘Produzido na China’, quando o correto é ‘Feito na China’. Esse erro resultou numa multa de R$ 10.800. No outro caso, a composição do tecido estava incorreta e nos testes os fiscais descobriram que a informação estava trocada – o que é importante, porque altera, condições de lavagem, secagem, entre outras. Neste caso, a multa foi de R$ 150 mil”, lembra Anderson Vaz.
Ele destaca que o aplicativo conta com consultoria na venda e no pós-venda – incluindo treinamento e suporte – que os valores vão de R$ 299 (para 1 usuário) a R$ 599.
Leia também – Indústria têxtil preocupada com a sustentabilidade e a conservação ambiental