Criada por empresários do Recife, a Exmed mistura conceitos de healthtech e fintech e chega prometendo desestabilizar o mercado de planos de saúde
Por Patricia Raposo
Dois empresários do Recife estão lançando um produto que promete impactar o mercado dos planos de saúde. Misturando conceitos de healthtech e fintech, a Exmed se propõe a otimizar os investimentos que os segurados fazem para garantir atendimento quando precisam de um médico ou hospital.
“As pessoas pagam caro pelos planos e usam pouco”, lembra Sérgio Bivar que, junto com o sócio Antonino Coelho, fará o lançamento da plataforma de sua startup em novembro, na cidade de São Paulo.
A Exmed credencia médicos, hospitais, clínicas e laboratórios e, sem cobrar mensalidade, funciona como uma conta para depósitos, na qual o titular faz seus aportes conforme sua disponibilidade financeira. O dinheiro depositado fica como uma reserva financeira, que pode ser usada para pagar uma consulta ou um procedimento, junto a um médico ou estabelecimento de saúde credenciados.
“A pessoa pode depositar todos os meses o equivalente ao que pagaria por um plano, ou menos se desejar. Pode até ficar sem depositar por algum tempo. É, se na hora que precisar, sua conta estiver zerada, ela pode rapidamente fazer um Pix e injetar crédito para uma emergência, fazendo uso das vantagens da plataforma”, explica Antonino.
Os valores depositados rendem cerca de 92% do CDI e, além servir para pagar despesas médicas junto à rede credenciada, podem ser sacados para outras finalidades.
Como as internações são sempre motivo de preocupação, a plataforma oferece um seguro para garantir cobertura a essas situações e ainda cobre morte acidental, invalidez e auxílio funeral.
A plataforma está em uso há dois meses no Recife, onde obteve adesão de uma importante instituição: o Real Hospital Português. “A aceitação foi imediata porque não cobramos taxas dos hospitais”, explica Bivar.
O Exmed chega não só para dar um alívio no orçamento familiar com a saúde, mas também para socorrer os hospitais particulares que andam perdendo clientes para o SUS. A pandemia da covid-19 enfraqueceu o mercado de saúde eletivo porque, com a crise econômica gerada, muita gente não vem conseguindo pagar os planos. Além disso, esses hospitais sofrem com a verticalização no setor de saúde, que tem represado pacientes nos hospitais associados a alguns planos de saúde.
“A Exmed também traz alento para o público com mais de 44 anos, que paga muito caro para ter um plano. A partir dessa faixa etária, os planos podem até triplicar o valor da mensalidade nos reajustes”, lembra Bivar.
Para aderir à plataforma, o usuário paga R$ 20,00 e passa a fazer os depósitos que cabem no seu bolso. Se desejar, pode fazer o seguro que vai dar cobertura às internações, cuja apólice gira em torno de R$ 200 mil. Esse valor garante cobertura de até 28 dias em uma UTI e, se houver necessidade de maior permanência, a família pode providenciar transferência para o SUS ou manter o paciente em regime particular com tarifa interior. “Mas é importante esclarecer que nossos estudos apontam que uma cobertura de R$ 200 mil garante 90% de uma conta hospitalar”, diz Antonino.
Segundo Sérgio Bivar, uma pessoa na faixa dos 35 anos paga atualmente R$ 64,90 pelo seguro. Para quem está na faixa dos 59 anos, a mensalidade fica em torno de R$ 276,00
Além de garantir preços competitivos, a plataforma também guarda o histórico médico do paciente. E a conta digital é regulada pelo BC.