O Ministério de Minas e Energia (MME) autorizou, nesta sexta-feira (1º), que a Neoenergia invista cerca de R$ 300 milhões em ativos de energias renováveis em Fernando de Noronha (PE) para que se torne a primeira ilha habitada na América Latina a não depender de diesel para geração de eletricidade.
A portaria assinada pelo ministro Alexandre Silveira define que a distribuidora deverá instalar uma planta híbrida de geração solar fotovoltaica combinada a um banco de baterias. Este avanço permitirá à ilha ampliar sua capacidade de geração de energia renovável, reduzindo a dependência do combustível fóssil e promovendo um modelo mais sustentável. O projeto, desenvolvido em parceria com a Neoenergia, está alinhado com as metas de neutralidade de carbono até 2030.
A ideia da distribuidora é instalar painéis fotovoltaicos associados a baterias com potencial de reduzir 85% das emissões de gases do efeito estufa, além de executar ações de eficiência energética. De acordo com a portaria, a distribuidora deve apresentar um plano de investimento em até 30 dias para Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A publicação também autoriza o reforço imediato no provimento de energia da ilha até a nova solução, que deverá entrar em operação até 2027.
As novas aplicações irão garantir maior segurança energética, com ampliação da oferta de energia para os 140 mil moradores e turistas que passeiam pela ilha durante o ano. A iniciativa define, ainda, a condição de que esses investimentos não tragam custo adicional para os consumidores. O próximo passo é a distribuidora dar prosseguimento ao licenciamento ambiental nos órgãos competentes federais e locais.
Noronha Verde
“Fernando de Noronha será ainda mais verde e hoje estamos dando um passo importante para isso: impulsionando a transição energética neste patrimônio ecológico natural no nosso país. Autorizamos um dos grandes projetos de geração de energia renovável centralizada, visando a descarbonização da ilha e o fortalecimento das fontes renováveis no país”, destacou o ministro Alexandre Silveira.
De acordo com a Neoenergia, responsável pela operação, o sistema híbrido combina a geração solar fotovoltaica a uma estrutura de armazenamento por baterias, o que permitirá manter o fornecimento de energia mesmo em períodos sem luz solar direta.
O CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, também destacou os impactos positivos da iniciativa tanto regional quanto nacionalmente. “Este projeto representa um grande avanço para a Ilha e para o setor elétrico nacional, na medida em que viabiliza a produção de energia renovável num sistema isolado como o de Fernando de Noronha, Patrimônio Natural Mundial pela Unesco. A iniciativa reforça o compromisso da Neoenergia com a sustentabilidade e a inovação em busca de uma transição energética para todos. Além de reduzir emissões, o aumento da geração renovável permite reduzir peso de encargos e subsídios conferidos à energia gerada por combustível fóssil e que são pagos por todos os consumidores do país”, afirma Capelastegui.
Com a capacidade de armazenamento, a planta será capaz de sustentar a demanda energética durante a noite e em dias nublados, proporcionando maior estabilidade ao sistema elétrico da ilha.
Além de contribuir para a autossuficiência energética, a planta híbrida representa um avanço estratégico no plano de transição energética de Fernando de Noronha, onde a preservação ambiental é prioridade. A secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Ana Luíza Ferreira, enfatizou a importância da medida: “Com essa tecnologia, estamos construindo um modelo exemplar de sustentabilidade, reforçando o compromisso do Estado com a proteção de Noronha e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”
*Com informações do Governo Federal e da Neonergia
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