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Brasil se torna pioneiro na produção de combustível sustentável para aviação

Com lançamento da planta de produção de combustível de petróleo sintético, instalado na unidade de biodigestão da Itaipu Binacional, país segue com projeto de descarbonização do setor aéreo
Inauguração da Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis em Itaipu combustívgel
Planta instalada na Itaipu Binacional é projetada para produzir 6kg por dia de bio-syncrude, um combustível que é uma mistura de hidrocarbonetos criada a partir de biogás e hidrogênio verde. Foto: Kiko Sierich/PTI

A Itaipu Binacional, em parceria com o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e o projeto H2Brasil, inaugurou, em Foz do Iguaçu (PR), a Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis. Trata-se da primeira planta piloto do Brasil para a produção de petróleo sintético a partir de biogás, com foco na geração de combustível sustentável para aviação (Sustainable Aviation Fuel – SAF).

Com um investimento de 1,8 milhão de euros do governo alemão, por meio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), a planta instalada na Itaipu Binacional é projetada para produzir 6 kg por dia de bio-syncrude, uma mistura de hidrocarbonetos criada a partir de biogás e hidrogênio verde, destinada à produção de SAF.

O processo utiliza até 50 metros cúbicos normais por dia (Nm³/d) de biogás gerado na unidade de biodigestão da Itaipu, combinado com 53 Nm³ de hidrogênio verde produzido pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

O projeto é resultado de uma parceria entre a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, o CIBiogás, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Fundação Araucária e a Itaipu Binacional, líder mundial em produção de energia limpa e renovável.

A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participaram da inauguração realizada na segunda-feira (17). “O anúncio dessa planta piloto é um marco significativo na jornada brasileira rumo a uma transição energética justa e inclusiva”, declarou Luciana Santos, para quem o projeto “contribuirá para os objetivos brasileiros relacionados à descarbonização da economia, principalmente no setor da aviação”. “No nosso governo a ciência é tratada como política de estado e constitui pilar do desenvolvimento nacional.”

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Costa Filho mencionou a aprovação recente de um projeto de lei pela Câmara dos Deputados que estabelece o uso do SAF pelas companhias aéreas brasileiras – visando a redução de 1% nas emissões em 2025, até chegar a 10% em 2035.

Segundo ele, as pesquisas em Foz do Iguaçu, com o apoio da Itaipu, representam uma janela de oportunidade para que o Brasil se torne um grande produtor e exportador de SAF. “O mundo cada vez mais quer produzir, mas produzir de maneira limpa e sustentável. E é aí que o Brasil se coloca como um grande player internacional, para que a gente possa entrar nessa agenda de desenvolvimento sustentável”, disse.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, destacou que a iniciativa une preocupação ambiental e inovação tecnológica e chamou a atenção para o esforço do PTI em pesquisar soluções para os problemas que afetam o planeta. “O petróleo verde é uma realidade”, enfatizou. “Nós não estamos entregando um só produto. Nós estamos entregando um acúmulo de pesquisas, do biogás e do hidrogênio verde, que agora darão origem ao SAF. A tendência é que, feito o alicerce da pesquisa, o avanço seja muito mais rápido e nós possamos em breve ter esse combustível sustentável com produção em escala.”

Verri também destacou a importância das parcerias envolvidas no desenvolvimento do projeto, especialmente com o governo alemão. “Chegamos em um momento em que não dá mais para esperar que a manutenção da nossa casa, que é o planeta Terra, seja uma solução apresentada apenas por um país. É preciso concentrar esforços. Se você somar a experiência acumulada da Alemanha e de outros países, nós poderemos atender de forma mais ágil as necessidades da população.”

“Essa planta piloto está relacionada com muitos projetos que estamos desenvolvendo em parceria [com os setores público e privado]. Esperamos ter uma produção maior em pouco tempo”, reforçou o diretor do projeto H2Brasil, Markus Francke. “A Alemanha seguirá sendo um forte parceiro do Brasil em transição energética”, completou o ministro do Departamento de Economia e Assuntos Globais da Embaixada da Alemanha no Brasil, Holger Rapior.

Para o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marlon Arraes, representante do ministro Alexandre Silveira no evento, a planta piloto demonstra a versatilidade do Brasil na produção de biomassas e de biocombustíveis que vão auxiliar o País na transição energética. “Isso mostra que o Brasil detém a tecnologia dessa rota, que é extremamente importante para que tenhamos uma ampla variedade de matérias primas para a produção de SAF.”

Inauguração da Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis em Itaipu combustível
A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participaram da inauguração da unidade de produção de combustível sintético. Foto: Kiko Sierich/PTI

Parceria internacional para produção de combustível

Com investimento de 1,8 milhão de euros aplicado pelo governo alemão, por meio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), , vai produzir 6kg/dia de bio-syncrude – uma mistura de hidrocarbonetos sintetizada a partir de biogás e hidrogênio verde, que será destinada à produção de SAF.

Os recursos aplicados na unidade de produção de Hidrocarbonetos Renováveis, instalada nas dependências da Itaipu Binacional, estão relacionados diretamente aos esforços do Governo Federal frente à transição energética. O investimento em novas fontes de energia sustentáveis é fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas que atingem todo o planeta.

Seguindo com essa diretriz, no início deste mês, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou a criação do Grupo de Trabalho voltado para discutir ações e metas de sustentabilidade no setor aéreo.

Leia mais: Grupo JB chega aos 60 anos pronto para descarbonização, carro híbrido e H2V

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