Planos de saúde têm o maior lucro de 1° trimestre desde 2019

Informações dos planos de saúde estão disponíveis no portal da ANS, no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar
Planos de saúde hospitais operadoras médicas
Para cada R$ 100,00 de receitas, o setor de planos de saúde arrecadou cerca de R$ 3,93 de lucro ou sobra. Foto: DavIdyson Damasceno/IGESDF

As operadoras de planos de saúde e administradoras de benefícios tiveram o melhor desempenho econômico-financeiro para um primeiro trimestre do ano desde 2019. É o que demonstram as informações enviadas por essas empresas para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O setor registrou lucro líquido de R$ 3,33 bilhões nos primeiros três meses de 2024. Os números podem ser consultados no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar.

Esse resultado equivale a aproximadamente 3,93% da receita total acumulada no período, que foi superior a R$ 84 bilhões. Ou seja, para cada R$ 100,00 de receitas, o setor arrecadou cerca de R$ 3,93 de lucro ou sobra.

Nos números agregados, o desempenho econômico-financeiro é o mais positivo em todos os segmentos: as operadoras exclusivamente odontológicas registraram lucro de R$ 187,9 milhões; as médico-hospitalares, de R$ 3,07 bilhões; e as administradoras de benefícios, de R$ 66,4 milhões.

Pela primeira vez desde 2021, as operadoras médico-hospitalares – que são o principal segmento do setor – fecharam o 1º trimestre do ano com saldo positivo na diferença entre as receitas e despesas diretamente relacionadas às operações de assistência à saúde, com resultado operacional de R$ 1,9 bilhão, patamar próximo dos anos pré-pandemia de Covid-19.

Mesmo em um contexto de redução de taxas de juros, a remuneração das aplicações financeiras acumuladas pelas operadoras médico-hospitalares – que totalizaram R$ 115,4 bilhões ao final de março – continua a contribuir fortemente com a composição do seu resultado líquido total. No 1º trimestre de 2024, o resultado financeiro foi positivo em R$ 2,3 bilhões, patamar próximo do observado nos três primeiros meses de 2022 e 2023.

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“A leitura que temos que fazer desses resultados é no sentido do que já viemos observando nos últimos trimestres, de uma recuperação econômico-financeira do setor. Mesmo que não na velocidade pretendida pelas operadoras, mas há um sólido caminho de retomada dos saldos positivos. Entretanto, é importante não perder de vista que essa recuperação precisa se refletir na garantia e na melhoria dos serviços oferecidos aos beneficiários. Por isso reforçamos que é fundamental as operadoras investirem em gestão, prestarem serviços de qualidade, desenvolverem ações de promoção de saúde e prevenção de doenças, pois isso é essencial para a sustentabilidade do setor”, analisa o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Aquino.

Resultado por porte de operadora

O painel também possibilita a análise dos resultados por porte de operadora. Assim, é possível verificar que as médico-hospitalares de grande porte foram responsáveis pela recuperação do resultado líquido do setor, registrando R$ 2,4 bilhões no 1° trimestre de 2024, frente a um resultado nulo no mesmo período do ano anterior. Já as médias tiveram redução de R$ 0,1 bilhão na mesma comparação, enquanto as pequenas tiveram aumento de R$ 0,1 bilhão, o que representa o dobro do período anterior.

Sinistralidade dos planos de saúde

A sinistralidade, principal indicador que explica o desempenho nas operadoras médico-hospitalares, registrou no 1° trimestre de 2024 o índice de 82,5% (4,7 pontos percentuais abaixo do apurado no mesmo período do ano anterior), o que indica que em torno de 82,5% das receitas advindas das mensalidades são utilizadas com as despesas assistenciais.

A redução da sinistralidade apurada no 1º trimestre de 2024 em relação aos mesmos períodos de 2022 e 2023 resulta, principalmente, da recomposição das mensalidades dos planos quando comparada à variação das despesas, especialmente nas operadoras de grande porte.

Tal tendência, que já vem sendo observada desde 2023, decorre de maior crescimento das mensalidades médias (ajustadas pela inflação do período observado) em relação à despesa assistencial por beneficiário (também ajustada pela inflação), o que parece sugerir que o setor passa por um período de reorganização de seus contratos, a fim de recuperar os resultados na operação, em um contexto de aumento de beneficiários e queda dos juros.

Leia mais: ANS limita a 6,91% o reajuste dos planos de saúde individuais e familiares

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