O Fórum Nacional Sucroenergético, que representa a agroindústria produtora de etanol, açúcar e bioeletricidade e atua em quinze estados produtores no Brasil, reagiu imediatamente à redução do imposto de importação do etano, soltando nota à imprensa. A medida vem no momento em que se inicia a safra de cana-de-açúcar na maior região produtora do Brasil, o que implicará em excedente da oferta interna de etanol, impactando consumo e preços.
A medida foi anunciada na noite de ontem (21) pelo Ministério da Economia, após reunião extraordinária do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Além do etanol, até o fim do ano, outros seis alimentos não pagarão imposto para entrarem no país.
Etanol virá dos EUA
O Fórum diz que o etanol será importado em grande medida dos Estados Unidos, país que impõem taxações ao açúcar brasileiro, e reclama da ausência de contrapartidas.
Assim, o Fórum defende que as relações de comércio internacional devem ser bilaterais e com total equilíbrio em reciprocidade.
Veja a nota da entidade na íntegra.
“O Fórum Nacional Sucroenergético representa a agroindústria produtora de etanol, açúcar e bioeletricidade em quinze estados produtores no Brasil.
É constante nossa atuação por mais competitividade para nossos produtos e a defesa do livre mercado.
Dessa forma, vimos nos manifestar contrariamente à medida de isenção de tarifa de importação do etanol, oriundo do exterior e notadamente dos Estados Unidos, sem que haja a devida contrapartida para nossas exportações de açúcar, cuja importação é fortemente taxada pelos americanos.
Lembramos que a correlação que existe no Brasil entre a produção de açúcar e etanol é a mesma na indústria americana, em que se usa milho tanto para a produção de etanol quanto para xarope de milho, adoçante usado naquele país.
Somos preparados para competir, mas as relações de comércio internacional devem ser bilaterais e com total equilíbrio em reciprocidade.
Vale lembrar que nesse momento se inicia a safra de cana-de-açúcar na maior região produtora do Brasil, com decorrente aumento na oferta de etanol para o mercado interno. A entrada de produto estrangeiro pode afetar o planejamento das unidades de produção.
Reconhecemos os problemas causados pelos preços dos combustíveis, aliás presentes em inúmeras economias do mundo, no entanto, tememos que intervenções no mercado sem que se tenha a devida análise de causas e consequências, venham a ter repercussão negativa para a geração de investimentos no nosso setor, justo em um momento em que o Brasil assume postura ousada no incentivo à produção e consumo de biocombustíveis, após a conferência do clima COP-26 em Glasgow.”
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